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Soares apoia Costa e deixa críticas a Seguro

José Goulão / Wikimedia

O ex-presidente da República, Mário Soares

O ex-presidente da República, Mário Soares

O ex-presidente da República Mário Soares anunciou que apoia António Costa na corrida à liderança do PS e avisou Seguro que quem queira honrar a tradição republicana do partido não pode resolver os problemas políticos na secretaria.

Numa crónica de opinião disponível no Público online na quinta-feira à noite, o fundador do PS afirma categoricamente: “Ainda bem que António Costa resolveu disponibilizar-se e que avançou para se bater pelo PS”.

Mário Soares vinca que a posição de António Costa “foi um ato de grande coragem” e afirma o seu apoio ao atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

“Felicito-o e apoio-o. Acho que nos vai fazer permitir que o nosso querido PS, de punho erguido à esquerda e dos socialistas que não têm medo de ser tratados por camaradas, se mobilize para construir um partido diferente”, escreve Soares.

Na opinião do fundador do PS, António Costa “é uma nova esperança para todo o povo que tem sofrido tanto com este Governo”, argumento que basta a Soares para que se disponha “a lutar ao lado dele”.

“É o que farei”, garante.

Quanto à realização de um congresso para definir a liderança do partido, Mário Soares diz que deverá acontecer “no mais curto prazo”, para que todos os socialistas possam “pronunciar-se de forma aberta e democrática”.

Mário Soares deixa a António José Seguro o aviso de que “a natureza livre do PS sempre o levou a nunca resolver os problemas políticos na secretaria”.

“Quem queira honrar a tradição republicana do PS não pode proceder de outro modo”, vinca Soares.

No artugo, o fundador do partido acusa Seguro de ter uma “liderança que, ao longo dos tempos, mal se tem identificado com a própria identidade do PS”.

Para Soares, o resultado das eleições para o Parlamento Europeu mostra, não só uma rejeição face aos partidos da coligação, mas também uma “preocupante indiferença face ao partido liderado por António José Seguro”.

Defende que “o excesso de fulanização do candidato não convenceu o eleitorado” e que, por isso, Seguro deve saber retirar as devidas consequências da falta de adesão dos eleitores.

“Impõe-se, mais do que nunca, uma política corajosa, que faça a rutura com a direita e com as políticas da direita”, sublinhou Mário Soares, para quem esse trabalho está nas mãos de António Costa.

/Lusa

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