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Há água no cometa interestelar que entrou no Sistema Solar

NASA/ESA/J. DePasquale/STScI

Dois meses depois da observação do primeiro cometa interestelar no Sistema Solar, os astrónomos continuam a descobrir mais mistérios do 2l/Borisov.

As últimas observações revelaram a primeira deteção de água neste objeto. No artigo disponível no ArXiv, investigadores norte-americanos recolheram imagens de alta qualidade do cometa e conseguiram detetar emissões de oxigénio – um sinal clássico da presença de água – nas ejeções de gás do objeto.

Para já, o único elemento confirmado que foi detetado no Borisov é cianeto. O rácio entre a quantidade de cianeto e a libertação da água é entre três e nove partes por mil. Esse intervalo varia da média de um cometa típico e de um ligeiramente mais ativo.

O cometa está a ser constantemente monitorizado em muitos observatórios, para que estes valores sejam refinados nas próximas semanas.

Mesmo que Borisov seja um cometa mais ativo em comparação com a média do Sistema Solar, ainda está alinhado com as evidências que sugerem que, apesar de não ser originário do Sistema Solar, não é tão diferente de outros corpos gelados que estudamos até agora. Isto tem consequências importantes, de acordo com o IFLScience, uma vez que sugere que o mecanismo de formação de cometas deverá ser bastante semelhante nos diferentes sistemas estelares.

Recentemente, o astrónomo amador Guennadi Borísov, residente na Crimeia, detetou o cometa em 30 de agosto usando um telescópio de 0,65 metros de diâmetro fabricado por ele próprio. Este cometa é o segundo objeto interestelar descoberto na história.

Estudos recentes revelaram que o Borisov vem de um sistema binário de estrelas anãs vermelhas localizado a 13,15 anos-luz de distância do Sol. O sistema, onde ainda não foram encontrados exoplanetas, é conhecido como Kruger 60 e localiza-se na constelação de Cepheus.

Espera-se que o 2I/Borisov se aproxime do nosso planeta em 10 de dezembro, a uma distância de cerca de 1,8 unidades astronómicas. O cometa permanecerá dentro do Sistema Solar durante cerca de seis meses. De acordo com uma simulação da trajetória esperada do cometa, o objeto celeste passaria entre as órbitas de Júpiter e Marte.

O primeiro objeto interestelar detetado, o Oumuamua ou “Mensageiro das Estrelas”, está rodeado de mistérios desde o dia em que foi descoberto por astrónomos da Universidade do Hawai, em outubro de 2017.

Depois de constatar mudanças na velocidade do seu movimento, o Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian sugeriu que o asteróide poderia ser uma “sonda” enviada à Terra intencionalmente por uma “civilização alienígena”.

No último ano, o mundo da astronomia debruçou-se no estudo do corpo celeste e as mais várias teorias já foram apresentadas em artigos científicos: desde o seu passado violento, passando pela possibilidade de ser um sistema binário, e até o provável local de onde veio o Oumuamua.

Investigadores também sugeriram que milhares de objetos semelhantes ao Oumuamua podem estar presos no Sistema Solar.

O Oumuamua parece ter vindo da direção da estrela brilhante Vega, mas, de acordo com o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, os cientistas não acreditam que esse é o local de onde o objeto veio originalmente, sugerindo que provavelmente veio de um recém-formado sistema estelar.

ZAP //

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