A União Europeia poderá prolongar o prazo para a concretização do Brexit, marcado para 29 de março, pelo menos até julho.
A instabilidade interna no Reino Unido, onde a primeira-ministra Theresa May está a ter dificuldades em fazer aprovar no parlamento britânico o acordo alcançado com os responsáveis europeus, torna improvável que o país cumpra o prazo, pelo que a UE está disposta a prolongá-lo até julho através de uma “extensão técnica” da data limite.
“Se a primeira-ministra continuar no cargo e nos informar de que precisa de mais tempo para aprovar o acordo no parlamento, será oferecida uma prorrogação técnica até julho”, disse ao jornal britânico The Guardian um alto funcionário da União Europeia.
O prazo poderá ser posteriormente alargado ainda mais no caso de haver eleições antecipadas ou um segundo referendo no Reino Unido.
No caso de a União Europeia receber um pedido por parte do Reino Unido para prolongar o prazo — cenário que parece altamente provável —, será convocado um Conselho Europeu extraordinário para discutir o assunto.
A complicar as contas estão as eleições para o Parlamento Europeu, em maio. O novo parlamento vai reunir-se pela primeira vez em julho e é preciso saber se o Reino Unido ainda é ou não um Estado-membro da União Europeia. Se for, é preciso eleger eurodeputados britânicos.
Um dos grandes obstáculos continua a ser a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte. Para segunda-feira é esperada a publicação de uma carta da Comissão Europeia sobre o assunto, na qual serão dadas novas garantias na expectativa de ajudar os deputados britânicos a aceitar o acordo.
O acordo para o Brexit vai ser votado na terça-feira no Parlamento britânico, depois de ter sido adiado em dezembro por Theresa May.