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Agência japonesa vai reproduzir acidente de Fukushima

cephir / Flickr

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A Agência de Energia Atómica do Japão anunciou hoje que vai recriar, em pequena escala, a fusão ocorrida nos reactores da central nuclear acidentada de Fukushima (nordeste) para melhorar a resposta a um desastre deste tipo.

O objectivo é obter dados para compreender melhor o que aconteceu nas unidades afetadas, principalmente sobre quando e como se fundiram as barras de combustível no interior do reator, noticiou o diário Yomiuri.

“Os resultados vão ajudar-nos a prever melhor a eficácia de medidas de emergência como, por exemplo, a realização de uma injeção de água dentro de um reactor, para lidar com um acidente nuclear”, explicou um porta-voz da agência ao jornal.

A experiência vai decorrer no reactor de investigação de segurança nuclear de Tokai, cerca de 110 quilómetros a norte de Tóquio.

A agência japonesa pretende colocar no núcleo do reator, junto do combustível nuclear, uma barra de urânio, de cerca de 30 centímetros, dentro de uma cápsula de aço inoxidável, de maneira que não possa ser atingida pelo líquido refrigerador.

Isto vai imitar o que aconteceu em Fukushima, onde o corte de energia eléctrica desencadeado pelo maremoto de 11 de março de 2011 deixou inoperacionais os sistemas de refrigeração dos reatores.

Assim que o reator de Tokai comece a funcionar, os neutrões emitidos pelo combustível em torno da cápsula vão levar a barra de urânio a entrar em fusão, quando a temperatura atingir os dois mil graus centígrados.

Quando a barra arrefecer e solidificar, será estudada e posteriormente armazenada num depósito de combustível usado.

No acidente nuclear de março de 2011, na central de Fukushima Daiichi, os reatores um, dois e três sofreram fusões dos núcleos. Cada um deles tinha, no interior, entre 25 mil e 35 mil barras de combustível, como a que vai ser usada nesta experiência, embora as de Fukushima fossem maiores (de cerca de 4,5 metros).

A empresa gestora da central, a TEPCO, foi incapaz de recolher dados relativos à temperatura e ao nível da água no interior dos reactores devido ao apagão registado nas instalações. De acordo com as estimativas dos técnicos, as barras de combustível começaram a fusão entre quatro a 77 horas após o sismo.

A agência nipónica afirmou que vai começar a fabricar a cápsula em abril, mas não divulgou a data exata da experiência.

/Lusa

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