Parlamento aprovou esta quinta-feira os dois diplomas que condenam a aplicação de sanções a Portugal. PS votou a favor do texto conjunto do PSD e CDS, ao contrário do BE, PCP e PEV.
Os dois diplomas que condenam a aplicação de sanções a Portugal por défice excessivo foram esta quinta-feira aprovadas na Assembleia da República, escreve o Público.
Como já era esperado, o voto de condenação apresentado pelo PS, BE, PCP, PEV e PAN passou, com a abstenção do PSD e do CDS. Por seu lado, o texto conjunto apresentado pela antiga coligação contou apenas com o apoio dos socialistas.
“Os portugueses podem ser adeptos do Sporting, Benfica ou Porto e não gostarem de um ou de outro. Mas quando se trata da Seleção Nacional uns e outros entusiasmam-se e aplaudem pelas mesmas razões. Assim é e devia ser sobre as sanções”, afirmou o socialista Carlos César no início da votação.
“No PS não somos capazes de não estarmos unidos quando se trata de defender Portugal”, destacou ainda o líder parlamentar socialista.
Na verdade, os dois textos apresentavam muito poucas diferenças mas isso não foi razão para não haver um aceso debate entre as várias bancadas.
Segundo o jornal, o acordo para um texto único não terá sido conseguido porque a esquerda, sobretudo o PCP, não concordou com a introdução de uma referência que falava dos “esforços e resultados” da consolidação das contas.
“Se não foi possível e se não é possível, é porque o PS está nas mãos do PCP. Foi o PCP que impediu o acordo. É a geringonça no seu melhor”, acusou Nuno Magalhães, líder da bancada centrista.
Os comunistas não responderam às críticas, até porque já as tinham antecipado na sua intervenção.
Segundo o Diário de Notícias, o líder parlamentar João Oliveira acusou centristas e democratas de quererem “sublinhar a redução do défice” dos últimos anos, “ignorando à custa do que é que isso foi conseguido”.
Carlos César teve de responder à farpa de Nuno Magalhães, dizendo que os socialistas não estão “na mão de nenhum partido” ou então estão “todos nas mãos uns dos outros como convém”.
“Mas ainda bem que Portugal já não está nas vossas mãos”, rematou.
Para o antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, é uma pena que o acordo não tenha sido possível porque “o défice só foi superior a 3% em resultado da resolução do Banif”.
No final das votações, o presidente da Assembleia, Ferro Rodrigues, sublinhou que os deputados votaram a favor do último parágrafo, comum às duas iniciativas: “A Assembleia da República (…) pronuncia-se no sentido de considerar infundada, injusta, incompreensível e contraproducente uma eventual decisão da Comissão Europeia de propor sanções ao país por incumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento”.
Por isso, e face aos desentendimentos durante a votação, o presidente da Assembleia da República teve mesmo de concluir que este era “um consenso bastante verificável”.
ZAP
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Que bonito… pensei que estes indivíduos eram deputados do Parlamento Português, afinal são criancinhas a brincar aos textos (e não devem ter nada de mais útil para fazer)!…