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Zeinal Bava recebeu transferências do “saco azul” do GES em 2010 e 2011

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(dr) telecom.pt

Zeinal Bava, ex-presidente da PT e da Oi

Zeinal Bava, ex-presidente da PT e da Oi

Zeinal Bava, ex-presidente executivo da PT, recebeu duas transferências no valor total de 18,5 milhões de euros da sociedade offshore Espírito Santo Enterprises, conhecida como o “saco azul” do Grupo Espírito Santo.

O Expresso já tinha noticiado, no fim de semana, que a offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas transferiu 18,5 milhões de euros para uma conta aberta em nome do executivo num banco estrangeiro.

Agora, o Observador especifica que a primeira transferência da ES Enterprises – que em 2007 mudou o nome para Enterprises Managment Services – para o antigo líder da PT, de cerca de 10 milhões de euros, foi realizada no segundo semestre de 2010, com cerca de 8,5 milhões de euros remetidos nos primeiros meses de 2011.

O Observador escreve ainda que que o Ministério Público baralha hipóteses relacionadas com a possibilidade de esta transferência estar ligada

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estará a investigar se existe ligação entre a altura em que ocorreram as transferências e a decisão de venda da Vivo à Telefónica por parte da PT, anunciada em julho de 2010, assim como a posterior compra da Oi por parte da operadora de telecomunicações portuguesa, em janeiro de 2011.

A venda da participação da PT na operadora brasileira Vivo à Telefónica, por 7,5 mil milhões de euros, resultou na distribuição de 1,5 mil milhões de euros pelos acionistas da PT – onde se incluía o BES.

Por outro lado, com o acordo entre a PT e a Oi no valor de 3,5 mil milhões de euros, em janeiro de 2011, a PT adquiriu 22,4% do capital da empresa brasileira e a Oi adquiriu 10% no capital da PT.

Se o Ministério Público concluir que Zeinal Bava atuou para satisfazer os interesses do acionista BES, isso poderá constituir, segundo o Observador, crime de corrupção do setor privado.

Zeinal Bava confirmou ao Observador ter recebido o dinheiro, mas rejeitou qualquer favorecimento.

Não há absolutamente qualquer relação“, defendeu-se, sublinhando até tratar-se de uma “conta identificada pelo meu próprio nome”.

O empresário garantiu que o dinheiro lhe terá sido entregue para ser investido, futuramente, na compra de ações da PT quando esta fosse totalmente privatizada, uma operação de “alocação fiduciária contratualizada e afetada a uma finalidade que não veio a ser concretizada”, pelo que , foram integralmente devolvidos”.

Zeinal Bava assegura mesmo que, devido ao atraso da privatização, devolveu “o capital e juros, tal como previsto no contrato”. “A devolução efetuou-se pela via oficial, pelo que não me sinto autorizado a divulgar mais pormenores”, explica.

Contactada pelo Observador, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não quis fazer comentários.

No âmbito das investigações em curso ao universo Espírito Santo, as questões relacionadas com a PT foram autonomizadas em inquéritos independentes. Além da aplicação de 897 milhões de euros feita pela PT em dívida da Rio Forte, uma empresa do GES, também está sob investigação a venda da participação da PT na Vivo e posterior entrada no capital da Oi.

ZAP

 

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