O grupo terrorista já reivindicou a autoria dos atentados que ocorreram na manhã desta terça-feira na capital. Imprensa belga está a divulgar uma fotografia de três suspeitos que estavam no aeroporto.
O Estado Islâmico já reivindicou os ataques desta terça-feira em Bruxelas, no aeroporto de Zaventem e na estação de metro de Maelbeek, avança a BBC.
A informação está a ser avançada pela agência Amaq, que opera a partir da organização terrorista, através de um comunicado que fala numa “série de atentados com cintos e artefactos explosivos”.
“Os combatentes do Estado Islâmico levaram a cabo uma série de atentados com cintos e artefactos explosivos esta terça-feira, tendo como alvo um aeroporto e uma estação de metro no centro da capital belga, Bruxelas, um país que participa numa aliança internacional contra o Estado Islâmico”, pode ler-se no comunicado.
“Os combatentes abriram fogo no aeroporto de Zaventem, antes de vários deles terem detonado os seus cintos explosivos na estação de metro de Maalbeek”.
A agência acrescenta que o “ataque resultou em 230 mortos e feridos” quando, na verdade, ainda só estão confirmadas 34 vítimas mortais e cerca de 180 feridos.
A organização enviou também um comunicado oficial com duas versões, uma em árabe e outra em francês, no qual reafirma a autoria do atentado e deixa novas ameaças.
“Nós prometemos aos Estados Cruzados que se aliaram contra o Estado Islâmico mais dias sombrios, em resposta às agressões contra o nosso Estado”, lê-se na nota enviada pelo Daesh.
Entretanto, a imprensa belga começou a divulgar uma fotografia daqueles que podem ser três dos suspeitos com ligações a este atentado.
A fotografia foi conseguida a partir de uma câmara de videovigilância do aeroporto e mostra dois homens, vestidos de preto, a empurrar carrinhos de bagagem, juntamente com um terceiro que ainda não se sabe se estava com eles.
Ainda de acordo com a BBC, as autoridades belgas encontraram e destruíram uma terceira bomba no aeroporto que não chegou a ser detonada, pelo que Zaventem vai continuar fechado até amanhã.
Os transportes públicos vão voltar a circular de forma gradual durante a tarde e algumas estações de comboio e linhas de metro também vão reabrir.
A cidade começa a voltar à normalidade, num dia em que os habitantes foram aconselhados a permanecer nos locais onde estão e em que o governo já subiu o nível de alerta terrorista para 4, o nível máximo.
A Bélgica já decretou três dias de luto nacional, o máximo alguma vez decretado no país. O rei Filipe vai falar à população às 19 horas locais, menos uma hora que em Portugal.
Apesar do medo, vários belgas decidiram sair à rua para prestar a sua homenagem às vítimas, tendo deixado flores, velas e até várias mensagens escritas no chão da praça da Bolsa.
Estes ataques acontecem quatro dias depois de Salah Abdeslam, o único terrorista dos atentados de Paris que se encontrava em fuga, ter sido detido em Bruxelas.
Segundo as autoridades belgas, durante os quatro meses em que esteve fugido, o terrorista já estaria a preparar outro ataque na cidade belga.
O primeiro-ministro Charles Michel deu uma conferência de imprensa no final da manhã, classificando estes ataques como “cegos, violentos e cobardes”.
Para já, não há conhecimento de vítimas mortais portuguesas em Bruxelas, a não ser uma portuguesa de 30 anos que ficou ferida na sequência da explosão ocorrida na estação de metro.
O secretario de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, confirmou que a jovem, natural de Coimbra, se encontra fora de perigo e já está em casa.
ZAP