O Governo do Japão vai trabalhar com os Estados Unidos e a França para desenvolver as tecnologias necessárias para retirar o combustível fundido da central nuclear de Fukushima.
De acordo com o diário económico Nikkei, o executivo nipónico espera concluir o desmantelamento da central Fukushima Daiichi, propriedade da companhia de eletricidade Tokyo Electric Power (TEPCO), com a ajuda de especialistas e de tecnologia dos estados Unidos e da França, consideradas potências nucleares de primeira ordem.
Esta sexta-feira, 11 de março, cumpriram-se cinco anos desde o terramoto de nove graus de magnitude na escala aberta de Richter, seguido de tsunami, que provocaram a pior crise nuclear desde a ocorrida em Chernobil, em 1986.
Desde o desastre, foi concluído 10% do trabalho de desmantelamento da central.
A Greenpeace sublinhou esta sexta-feira que a crise da central de Fukushima Daiichi foi “um dos piores acidentes industriais na História” e os governos devem apostar urgentemente na “energia limpa, renovável e segura”.
“Não sabemos exatamente o que causou o acidente e o Governo japonês continua a minimizar o nível de radioatividade nas zonas que tiveram de ser evacuadas. É trágico e inaceitável”, lamentou, em comunicado, o diretor da organização ecologista no Japão, Junichi Sato.
A Greenpeace também pediu ao Governo japonês e à TEPCO para dar prioridade à “segurança e ao meio ambiente” e apontou que o encerramento da central de Takahama, ordenado esta semana por um tribunal do Japão, por razões de segurança, é “um sinal de que a energia nuclear não tem futuro” no país.
A associação publicou, na semana passada, um relatório em que alerta para as mutações detetadas na flora e na fauna da área afetada pelo acidente de 11 de março de 2011, advertindo, em particular, para as “elevadas concentrações de radiação” em folhas novas de cedro e no pólen, alterações de crescimento em árvores como o abeto ou em espécies como as borboletas azuis, bem como para danos no ADN de gusanos (um tipo de verme) e para uma redução da fertilidade da andorinha comum.
Para os ambientalistas, “não há solução à vista para os quase 100 mil deslocados” pela crise na central japonesa.
ZAP