A cidade japonesa de Naraha, na região de Fukushima, foi hoje declarada oficialmente habitável, após o levantamento da ordem emitida após o acidente nuclear de 11 de março de 2011.
O regresso da vida a Naraha foi oficialmente assinalado à meia-noite, depois de uma vigília de velas ter ocupado um parque da cidade, segundo informações comunicadas pela autarquia no seu site.
Os antigos habitantes (2.694 lares, 7.368 pessoas) tinham até à data o direito de voltar à cidade para preparar o respetivo regresso, mas só a partir de hoje se podem reinstalar totalmente.
Segundo a imprensa japonesa, pouco mais de 10% se terão inscrito para regressar.
As autoridades estimam que o nível de exposição à radioatividade em Naraha, a cerca de 20 quilómetros da central de Fukushima, tenha regressado a valores abaixo de 20 millisieverts por ano.
Este nível permite, em teoria, segundo o governo japonês e organismos internacionais, condições para os habitantes lá viverem, ainda que a descontaminação não esteja concluída.
Mas algumas organizações ecologistas contestam no entanto estas conclusões.
“O nível de contaminação é variável dentro desta localidade e consoante as casas, o que pode criar tensões entre pessoas”, disse recentemente à AFP o ambientalista Jan Vande Putte, da Greenpeace.
Cerca de 7.000 pessoas trabalham diariamente nos complicados trabalhos de desmantelamento da central e controlo dos resíduos radioativos.
O sismo de magnitude 9 na escala de Richter e consequente tsunami, que devastaram o nordeste do Japão a 11 de março de 2011, deixaram mais de 18 mil mortos e desaparecidos, e causaram na central de Fukushima Daiichi o pior acidente nuclear desde Chernobil, na Ucrânia, em 1986.
O primeiro reator nuclear foi reativado no Japão a 11 de agosto, mais de quatro anos depois do acidente na central de Fukushima, que suspendeu a atividade em todas as centrais do país desde setembro de 2013.
/Lusa