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Há cerca de 100 infetados por dia incontactáveis na área de Lisboa

Mário Cruz / Lusa

Existem cerca de 100 pessoas por dia que estão infetadas e incontactáveis na Área Metropolitana de Lisboa (AML). As dificuldades em contactar os casos positivos deve-se à prestação de moradas falsas ou ao facto de as pessoas terem ido viver para outros locais.

Rui Portugal, responsável pelo gabinete de intervenção para a supressão de covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo, afirmou que existem registos de cerca de 100 pessoas por dia que estão infetadas e incontactáveis e cerca de 15 mil pessoas em vigilância.

A dificuldade em contactar estas pessoas deve-se ao facto de terem dado moradas falsas ou terem ido viver para outros locais, assumiu o responsável em entrevista ao Público. “Sabemos que estão doentes mas não as conseguimos contactar, ou porque deram falsas moradas ou porque foram viver para outros locais. O problema é enquanto não são identificados são potenciais transmissores de doença por mais algum dia”, disse.

Segundo o Observador, há ainda outro problema nesta região: o facto de os infetados terem de esperar dias pelo telefonema das autoridades de saúde que devia ser feito em horas. Estes atrasos dificultam o controlo do surto.

Atualmente, existem três equipas de saúde pública no terreno em Lisboa, uma em Loures, outra em Odivelas, duas na Amadora e cinco em Sintra, e contabilizam-se cerca de 15 mil pessoas em vigilância ativa e passiva nos cinco concelhos.

Rui Portugal explicou que, na maioria das vezes, o processo de identificação e notificação dos casos é rápido, mas há “relatos de casos que se atrasaram na cadeia de comunicação”, com alguns laboratórios a fazerem uma notificação tardia. A dificuldade em fazer inquéritos para determinar cadeias de transmissão na Área Metropolitana de Lisboa deve-se ainda ao facto de entre os residentes haver “cerca de 100 nacionalidades diferentes”.

Na entrevista, o responsável assumiu, no entanto, que nos últimos 20 dias houve “um enorme reforço de recursos” que permite ter o processo de notificação e realização de inquérito concluído em 12 horas, em vez de mais de 24 horas.

“Ganhámos milhares de horas. Há um reforço de 80 médicos, sobretudo internos de formação geral e específica, que foram escalados já durante esta semana”, garantiu Rui Portugal.

Em relação ao aumento de casos em Lisboa e Vale do Tejo, o responsável explicou que o Norte tem mais recursos que o Sul, considerando que a capital tem características específicas que a distinguem de outras regiões do território nacional e que tornam a tarefa de controlo do surto epidémico de covid-19 mais difícil.

ZAP //

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