Na reunião de sexta-feira da Câmara Municipal de Lisboa (CML) houve seis votos contra a exoneração do encarregado pela proteção de dados, mas são sete os vereadores que assumem ter votado dessa forma.
A notícia é avançada esta terça-feira pelo jornal online Observador, que refere que a proposta de exoneração do funcionário da CML ganhou com mais votos do que precisava. Na prática, significa que houve um voto secreto que deu uma ajuda a Fernando Medina. No entanto, ninguém o assume.
O voto é secreto, pelo que ninguém sabe como votou cada vereador na reunião camarária privada da passada sexta-feira. Só os resultados são conhecidos: houve oito votos (o número de vereadores eleitos pelo PS) a favor da proposta apresentada pelo partido, três abstenções e seis votos contra.
De acordo com o Observador, toda a oposição, à exceção do PCP, assume ter votado contra. Mas se fosse verdade, o resultado seria diferente.
Só duas abstenções estão explicadas (as do PCP), embora haja registo de três. Além disso, sete vereadores garantem que tentaram travar a proposta de Medina, apesar de só terem sido registados seis votos contra.
Ao matutino, o Bloco de Esquerda diz que o seu representante, Manuel Grilo, votou contra a exoneração de Luís Feliciano. Com a abstenção dos comunistas, sobram os votos da direita.
Se os vereadores do PSD estiverem a dizer a verdade, alguém no CDS terá de estar a mentir, ou vice versa.
Do lado dos sociais-democratas, João Pedro Costa e Teresa Leal Coelho garantiram ao Observador ter votado contra a proposta.
O CDS diz exatamente o mesmo. “O CDS sabe bem em quem votou e os quatro anos de mandato, a liderar a oposição na CML, falam por si. O CDS não tem coligações formais nem informais com Fernando Medina”, referiu o vereador João Gonçalves Pereira.
Nuno Correia da Silva garantiu ao Observador que votou contra, assim como Carlos Ardisson, que substituiu o vereador Nuno Rocha Correia nessa reunião.
Resta Assunção Cristas, que não esteve presente nesse dia e se fez substituir por Ana Rita Costenla. O jornal online tentou contactar a vereadora, mas não respondeu.
Outra hipótese que justificaria a misteriosa abstenção passaria por um desalinhamento entre os vereadores eleitos pelo PS. No entanto, para as contas ficarem certas, alguém na oposição teria de ter votado a favor.
A polémica em torno do envio de dados de promotores de manifestações a entidades externas à Câmara de Lisboa surgiu no início do mês de junho, depois de notícias dando conta de que o município fez chegar à embaixada russa nomes, moradas e contactos de três ativistas que organizaram em janeiro um protesto pela libertação de Alexey Navalny, opositor do Governo russo.
A Comissão Nacional de Proteção de Dados acusou o município de Lisboa de ter violado o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) relativamente a avisos de manifestações realizadas desde julho de 2018.
Isto vai fazer correr “rios de tinta”. Desde quando é que alguém pode ser despedido por voto, se por acaso o cargo não fôr sujeito a eleição?
É mais uma “Merdinada”.
Realmente, ser despedido por uma votação, só prova o estado de degradação em que se encontra Medina e os seus acólitos da Câmara. Pela gravidade deste tema “violação do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), Medina deveria se suspenso e levado a julgamento.
E mais uma vergonha para o Medina.
Tudo parece cozinhado…pobre país este.
Amigo Amândio Contra, é mesmo ser do contra! Numa decisão deste tipo, sendo o executivo camarário composto por diversos vereadores, todos têm de votar a proposta, independentemente do seu sentido de voto.
Se ler bem a notícia, ninguém foi despedido por votos!
Prezado Eu mesmo, ainda assim, e depois de ter lido a noticia toda, continuo a afirmar que ninguém, desde que ocupe um cargo não sujeito a eleições, pode ser despedido por votos sejam esses votos de quem forem. Quem despede alguém com vínculo laboral é o Tribunal de Trabalho.