/

Já se pode comprar bilhete para o casamento de pessoas que não conhecemos. Custa 150€

3

Uma startup francesa lançou um serviço que permite que desconhecidos comprem convites de casamento. Há quem odeie ir a este tipo de celebrações — mas aparentemente há que goste tanto delas que esteja disposto a pagar para o fazer.

Um casal parisiense tornou-se o primeiro a usar a app da Invitin, um serviço inédito que permite a um qualquer desconhecido comprar bilhetes para assistir ao seu casamento e participar em todas as celebrações.

Esta é uma nova tendência na forma como os casais financiam o seu dia especial — ao mesmo tempo que oferecem experiências únicas aos convidados pagantes, conta o jornal britânico The Guardian.

No seu casamento, que terá lugar no fim deste mês, numa quinta no campo a leste de Paris,  Jennifer, de 48 anos, atriz, e Paulo, de 50 anos, que trabalha na construção civil, vão receber os 95 familiares e amigos — juntamente com 5 desconhecidos que pagaram para assistir ao evento.

O casal, que se conheceu numa aplicação de encontros durante a pandemia e tem um filho de 18 meses, descobriu o conceito numa feira de casamentos em Paris.

“Pensei: ‘uau, isso é impressionante‘, ter pessoas que não conheces no teu casamento”, explica Jennifer. “Trouxemos o panfleto, fomos pensar sobre isso e decidimos ‘porquê não?’. Se pudermos ver os perfis antecipadamente na aplicação e escolher quem aceitar, pode ser algo bastante original de fazer”.

Os convidados pagantes—um casal e três homens solteiros—vão participar em toda a celebração, desde a cerimónia no jardim às bebidas ao ar livre com música ao vivo, seguidas de um jantar vegetariano sentado e dança.

Os penetras autorizados devem seguir o dress code definido pelos noivos — “chique e elegante” — e foram pessoalmente avaliados pelo casal antes da aprovação.

Embora a contribuição financeira ajude com os custos de decoração e vestido, Jennifer realça que o dinheiro não é a motivação principal. “É também porque pensámos que podia ser divertido, e somos extrovertidos e abertos a partilhar coisas”, explica a atriz.

O casal espera também que os homens solteiros extra ajudem a equilibrar a sua lista de convidados, que inclui mais amigas solteiras.

Entre os convidados pagantes estão Laurène, 29 anos, fabricante de brinquedos, e o marido, jardineiro paisagista. “Não tenho uma família grande, não vou a muitos casamentos. É ótimo poder experimentar um casamento e tradições diferentes, mesmo que sejam desconhecidos”.

O casal de convidados mistério, que se casou há apenas um mês, planeia “comportar-se como se fossem convidados reais” e levar uma prenda.

A Invitin foi fundada este ano por Katia Lekarski, uma antiga modelo que se tornou empresária. Teve a ideia quando a sua filha, de cinco anos, lhe perguntou porque não eram convidadas para casamentos.

Lekarski percebeu que, havendo tantas aplicações a ligar desconhecidos em diferentes atividades, os casamentos podiam oferecer outra experiência partilhada.

Até agora, inscreveram-se no serviço seis casais, principalmente na área de Paris. Os com pagam entre 100 e 150 euros por bilhete, embora os preços variem conforme o local.

A startup recebe uma comissão e impõe regras rigorosas: vestuário apropriado, pontualidade, consumo moderado de álcool e nenhuma partilha de fotografias não autorizada.

O conceito não é inteiramente novo no Mundo. Na Índia, a Join My Wedding oferece a turistas estrangeiros acesso a celebrações tradicionais de casamento — apresentando-as como experiências culturais. No entanto, a Invitin dirige-se a pessoas locais que procuram experiências sociais únicas.

Lekarski diz que o seu maior desafio é encontrar casais interessados em partilhar o seu casamento com desconhecidos — e desconhecidos que queiram pagar para o fazer. A maior parte dos casais interessados tem entre 25-35 anos, embora um casal mais velho planeie renovar os seus votos através da plataforma.

Os convidados pagantes não são obrigados a interagir extensivamente com o casal, uma vez que “um casamento tem o seu próprio ecossistema, onde os convidados começam a conversar uns com os outros naturalmente”, explica Lekarski.

Embora Laurène e o marido estejam entusiasmados com a experiência, têm uma dúvida sobre um detalhe em particular: “Gostaríamos de estar na fotografia de grupo, mas não tenho a certeza de como isso funcionaria; afinal, é um pouco bizarro”.

Sim, que é um pouco bizarro, não há dúvidas.

ZAP //

3 Comments

    • No Irão e outros países islâmicos pagam as mulheres para ir aos funerais chorar…. Já a esposa não pode assistir…. ou se despedir do marido.

  1. Eu nem quero ser convidado por quem eu conheço…. quanto mais pagar para ir a um de pessoas desconhecida.
    Não obrigado, passo a quem gosta

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.