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Unidade de Contraterrorismo chamada a investigar Tancos

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(dr) presidencia.pt

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o Ministro da Defesa, José Azeredo Lopes

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o Ministro da Defesa, José Azeredo Lopes

A Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ) foi chamada a investigar o roubo de material de guerra dos paióis da base militar de Tancos.

Ao Diário de Notícias, fonte autorizada confirmou ao jornal que esta unidade especial está a trabalhar com a Polícia Judiciária Militar (PJM), organismo que abriu inicialmente a investigação.

Em comunicado, esta quinta-feira, o Exército afirmou que foi detectada no dia anterior, ao final do dia, a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ‘paiolins’.

Segundo o DN, além das 120 granadas ofensivas e 1500 munições de calibre 9 mm – apenas autorizado a forças de segurança e militares – inicialmente avançadas, foram ainda roubadas 20 granadas de gás lacrimogéneo, 44 lança-granadas e quatro engenhos explosivos “prontos a detonar” das instalações militares.

Tal como aconteceu no episódio das Glock da PSP, todas as informações sobre o material desaparecido já foram partilhadas nas bases de dados internacionais e as secretas nacionais estão em contacto com as estrangeiras para que “acionem os seus espiões no submundo do tráfico internacional de armas e ajudem a localizar o destino do material”, escreve o jornal.

Segundo o DN, os investigadores já estão no terreno e terá de ser feita uma verificação exaustiva para perceber quando foi desviado o material. Recorde-se que o General Loureiro dos Santos adiantou que o sistema de videovigilância da instalação militar está avariado há dois anos mas que, no entanto, o material estaria a ser vigiado todos os dias, 24 horas por dia, através de rondas feitas a pé e em viaturas, em horários aleatórios, pelo que pode ser possível à PJM situar, com precisão, o intervalo de tempo em que o assalto foi feito.

Tendo em conta a quantidade e dimensão do material roubado, suspeita-se que o assalto não tenha sido feito apenas numa única tentativa, assumindo-se assim que foram várias as entradas ilícitas.

Coincidência entre roubo e decisão de reforçar segurança

Entretanto, o ministro da Defesa decretou uma auditoria da Inspeção Geral da Defesa Nacional a “todas as estruturas de armazenamento de munições e armamento”, cita o DN.

Neste caso, é de destacar que a vedação das instalações militares também estaria a precisar de obras, algo que segundo um despacho publicado ontem em Diário da República, seria resolvido, uma vez que o Ministério da Defesa Nacional autorizou, a 5 de junho, uma despesa de 316 mil euros mais IVA para a reconstrução da tal vedação.

Em entrevista à SIC, o governante afirmou que este roubo é um caso de “extrema gravidade” mas defende-se, dizendo que a nível global “não é a maior quebra de segurança do século”, dando como exemplo outros casos nos EUA e no Canadá.

Azeredo Lopes afirmou ainda registar a “circunstância peculiar da coincidência [do roubo] com a decisão do reforço do perímetro de segurança” dos Paióis Nacionais de Tancos, sublinhando, porém, não querer insinuar nada, nem “aligeirar carga” das responsabilidades.

Hoje, à margem das comemorações do 65.º aniversário da Força Aérea Portuguesa, o ministro diz que assume a “responsabilidade política” depois do furto de material de guerra pelo “simples facto de estar em funções”.

PSD e CDS-PP já anunciaram que querem ouvir o ministro da Defesa no Parlamento sobre este assunto. O PSD requereu também a audição do chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte.

O PCP classificou o assalto como um “caso de extrema gravidade a necessitar de todo o apuramento, incluindo a retirada de consequências”, enquanto o BE questionou o Governo, querendo saber o que falhou e que medidas serão tomadas para o recuperar, pedindo esclarecimentos sobre a eventual avaria na videovigilância.

O governante já disse que marcará presença na Assembleia da República e que aí dará as explicações que os deputados entenderem.

Rovisco Duarte admite fuga de informação interna

O chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, reconheceu hoje que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis” e admitiu a possibilidade de fuga de informação.

“Para haver algo deste género tem de haver informação interna”, assumiu, em declarações à SIC, acrescentando que, além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, vai decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades.

Rovisco Duarte disse que o roubo ocorreu numa zona cuja vedação ainda não tinha sido reforçada com material mais resistente, no âmbito das medidas de melhoria da segurança das instalações militares.

Segundo o chefe do Estado-Maior do Exército, “estes roubos podem acontecer em qualquer país e em qualquer Exército, desde que haja vontades e capacidades”.

Rovisco Durte sublinhou que o material de guerra roubado foi selecionado por quem tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis”.

Face ao incidente, a segurança foi reforçada nos paióis com “o aumento de efetivos” e com “patrulhas mais robustas”, assinalou, referindo que “não se permite ajuizar” sobre a falta de funcionamento do sistema de videovigilância do quartel, parado há dois anos.

O chefe do Estado-Maior do Exército frisou que os planos de segurança e vigilância foram cumpridos.

ZAP // Lusa

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15 Comments

  1. No meu tempo não era assim. Agora a tropa leva tudo na brincadeira e numa boa como dizem por aí. Video-vigilância avaria há dois anos, o que é que importa? O que importa é que no meu tempo éramos responsáveis, estávamos atentos e tudo corria sobre rodas porque já éramos homenzinhos. Agora é tudo uma cambada de garotos mimados, sem qualquer objetivo ou plano de vida. O que importa é que ao fim do mês há um ordenado a receber enquanto que no meu tempo trabalhávamos muito e de borla. Por esse motivo e outros mais é que o País está a arder de todas as maneiras: – É com fogos porque ninguém quer saber da prevenção, é com os paióis a serem assaltados porque ninguém se preocupa com a vigilância que avariou, é com o roubo descarado de bilhões de Euros, falência de bancos pelos ricaços, e seus respectivos refinanciamento pelo pobre, é com corrupção e lavagem de dinheiros por tudo quanto é governo e seus amigos, enfim, há muito mais para dizer acerca da justiça, das câmaras, etc;etc;, mas não vale a pena porque estou a pregar no deserto. Não abram os olhos. E culpam a geringonça, como se a culpa viesse apenas e somente dela. Virem um pouco o pescoço e olhem para trás. Passos, Socrates, a contar de frente para trás podem ir numerando cada um e, afinal, todos desde o dia 25 de Abril. Todos fizeram o gosto ao dedo, isto no que concerne a roubar e a destruir o País. Mas, como eu já disse, estou a pregar no deserto e não vale a pena.Passem bem se tiverem com quê.

    • Bem dito, também fiz serviço militar obrigatório, se nós roubassem a arma estávamos fod… Nunca mas de lá saiamos.

    • Quando estive no ultramar por causa da falta de um sabre de uma G3 estivemos quase para não embarcar para a metrópole e só embarcámos porque o sabre apareceu.
      O que é que se passa agora?
      Roubar armamento num paiol do exercito???
      Pois, noutros países isso também acontece… E o que é que nós temos a ver com isso???

    • Não está a pregar no deserto. Apenas há uma constatação triste (mas necessária) a fazer: as “instituições” não merecem a confiança das populações: Instituem-se como “donos da justiça”, “donos das armas”, “donos da vigilância”, “donos da educação”, “donos do território”, etc. E que se constata? Incompetência de um tal nível que rivaliza com simples criminalidade pura e dura. Às tantas mais valia sermos “governados” pela máfia siciliana, que tínhamos melhores garantias de proteção e menos despesas no dinheiro público.

  2. Então a violação do “perímetro” foi detectada no dia anterior, o assalto foi consumado em várias tentativas e entretanto ninguém se lembrou de reforçar a vigilância ?
    O Chefe do Estaso Maior do exército comentou – depois . que “Face ao incidente, a segurança foi reforçada nos paióis com “o aumento de efetivos” e com “patrulhas mais robustas” e também frisou que “que os planos de segurança e vigilância foram cumpridos”.
    COMO DISSE ? Repita lá !

  3. Tenham calma!
    De certeza que os responsáveis políticos vão perguntar o que se passou, e se tudo correr bem também vão lembrar-se de perguntar o que fazer. Eu tenho esperanças que alguém, que saiba o que fazer, responda aos políticos.
    Depois, um primeiro azar acontece a qualquer um. Vamos ter esperança que depois deste episódio se aprenda alguma coisa e as coisas fiquem realmente como devem ser.

    • Ah, vi agora na televisão que afinal já houve dois casos parecidos, um em 2011 em que foram roubadas armas do quartel da Carregueira, e ainda em Fevereiro de 2017 foram roubadas armas e munições da sede da Direcção Nacional da PSP em Lisboa. Por coincidência, ou não, os responsáveis políticos tinham as mesmas caras que agora. Fiquei muito mais confiante: com tanta experiência acumulada de certeza que se vão tomar as decisões correctas.

  4. tanto militar tanto dinheiro do orçamento de estado e nem um simples sistema de alarme instalado nos edifícios. seria melhor contratar uma empresa privada para garantir a segurança de todas as instalações militares e assim já estes podiam dedicar-se a outras coisas como…

  5. O melhor é privatizar o exército….. CAMBADA DE PARASITAS A GANHAR MILHARES E NEM PRA GUARDAR AS PRÓPRIAS ARMAS SERVEM

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