O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reivindicou esta segunda-feira o controlo pelas suas forças de 92 localidades na região russa de Kursk, cenário desde 6 de agosto de uma ofensiva de escala sem precedentes — aumentando para 1.250 km2 o território russo sob controlo ucraniano.
“Os guerreiros ucranianos continuam as suas operações defensivas nas áreas designadas da região de Kursk. Até hoje, as nossas forças controlam mais de 1.250 km2 do território de Kursk e 92 localidades”, disse Volodymyr Zelensky num discurso perante embaixadores da Ucrânia, em Kiev.
A 14 de agosto, o presidente ucraniano tinha adiantado que as forças da Ucrânia controlavam 74 localidades em território russo, num total de 1000 km2.
Volodymyr sublinhou que esta ofensiva representa “o maior investimento” de Kiev para a futura libertação de prisioneiros de guerra sob custódia russa, indicando que nesta operação foram capturados numerosos soldados de Moscovo que servirão para uma troca.
“Agora, a fronteira russa em frente à nossa região de Sumy está em grande parte livre da presença do Exército russo. E isto também está entre os objetivos táticos da nossa operação”, relatou Zelensky, que, por enquanto, prefere manter em segredo os detalhes sobre a operação em Kursk.
Na mesma intervenção junto dos diplomatas, o Presidente ucraniano voltou a pedir aos seus aliados ocidentais que permitam que Kiev ataque a Rússia com armas de longo alcance, a fim de “parar o avanço” do Exército russo no leste da Ucrânia.
“A Ucrânia só pode impedir o avanço do Exército russo na frente com uma decisão que esperamos dos nossos parceiros: a decisão sobre capacidades de longo alcance”, declarou.
As tropas ucranianas penetraram na região russa de Kursk através de Sumy no início de agosto, numa operação que, num primeiro momento, Moscovo afirmou ter conseguido frustrar, mas sobre a qual Kiev continua a informar e a publicar imagens do avanço das suas tropas.
Este foi o maior ataque de um Exército estrangeiro em território russo desde a Segunda Guerra Mundial, e forçou os russos a evacuar milhares de habitantes da região fronteiriça e a declarar estado de emergência em Belgorod.
Apesar de os objetivos da operação ucraniana em Kursk permanecerem em segredo militar, analistas não tardaram a tentar explicar a mudança inesperada de estratégia por parte da nação liderada por Volodymyr Zelenskyy, tendo adiantado quatro possíveis explicações.
De acordo com os analistas, Kiev pretende deslocar as posições do inimigo, infligir o máximo de perdas, desestabilizar a situação na Rússia e levar a guerra para o território russo.
“A Ucrânia está a mostrar que o território russo já não é intocável e que vai atacá-lo para forçar a Rússia a deixar de bombardear e causar destruição na Ucrânia”, diz um especialista.
Analistas citados pela agência noticiosa Associated Press consideram que o “catalisador” para esta operação é o desejo ucraniano de aliviar a pressão nas suas linhas da frente, tentando desviar as forças russas para a defesa de Kursk e de outras regiões fronteiriças.
Alguns especialistas acreditam que a operação visa aumentar a moral das tropas ucranianas, que “estão a defender as suas posições numa desgastante guerra de atrito há um ano e meio”, escreve o especialista em Ucrânia Winfried Schneider-Deters.
Além disso, a Ucrânia pretende vir a constituir o seu “fundo de troca” de prisioneiros de guerra com a invasão, e ganhar vantagem negocial nas conversações ao anexar território — conforme admitiu o próprio Zelenskyy.
ZAP // Lusa
Território virgem ou território que antes já era da Ucrânia?
Se for virgem, significa que estão a invadir e a conquistar terreno (uns aos outros) como se vivêssemos à 1000 anos atras?
Não deviam reconquistar apenas o que é deles e protegerem?
A não ser que haja outras intensões.
O que estará para vir…..
Eram 8 dias, já lá vão 2 anos!
O que está para vir é o fim trágico, mas necessário, do Putin e atenção que o povo russo é implacável com os traidores.