Turull falha investidura e Catalunha continua sem presidente

Alberto Estevez / EPA

O candidato a presidente do governo catalão, Jordi Turull, falhou a investidura devido à abstenção dos quatro deputados da esquerda radical soberanista, mas deverá ser eleito na segunda volta.

Jordi Turull defendeu, esta quinta-feira, a sua candidatura à presidência da Generalitat perante os deputados. “Prefiro assumir o risco de ser vítima do que baixar a cabeça. Por isso estou aqui”, afirmou.

Este foi um debate de investidura que antes de começar já se conhecia o seu desfecho, escreve o Diário de Notícias, dado que a CUP já havia feito o anúncio de que os seus quatro deputados se iriam abster.

Na sessão de investidura desta quinta-feira, Jordi Turull obteve 64 votos a favor, aquém dos 68 necessários para garantir a maioria absoluta necessária à eleição na primeira volta. Assim, Turull terá de esperar pela segunda volta para ser investido presidente do governo autonómico da Catalunha.

No entanto, o deputado acredita e disse, inclusivamente, confiar que conseguirá convencer a CUP a apoiá-lo no segundo debate, marcado para este sábado, no qual só precisa de uma maioria simples.

O bloco independentista (Juntos pela Catalunha, ERC e CUP) tem 70 deputados, contudo não pôde contar com os votos do presidente destituído Carles Puigdemont e do ex-ministro catalão Toni Comín, por se encontrarem exilados em Bruxelas, deixando o bloco com 68 votos úteis.

Assim, sem os quatro deputados da CUP, Turull contava com o apoio de 64 deputados, um a menos que os 65 da oposição.

No discurso anterior à votação, Jordi Turull mostrou-se disponível para dialogar com o executivo, chefiado por Mariano Rajoy, cada vez que Madrid mostre vontade negocial, e admitiu ainda renunciar a expressões unilateralistas como “República catalã, independência ou Estado catalão”.

Restaurar as instituições” que estão em suspenso desde a ativação do artigo 155 da Constituição é a prioridade deste candidato à presidência.

O plenário de ontem marcou também o início da contagem do prazo de dois meses, estabelecido pelo regulamento do Parlament, para que haja uma investidura. Caso tal não aconteça, terão de se convocar novas eleições, explica o jornal.

Supremo acusa 13 separatistas de delitos de rebelião

O Supremo Tribunal espanhol acusou, esta sexta-feira, de delito de rebelião 13 separatistas pela sua participação no processo de independência da Catalunha, entre os quais o ex-presidente do executivo regional Carles Puigdemont, refugiado na Bélgica.

Pablo Llarena, juiz responsável pela instrução do caso, avança com as acusações quatro meses depois do início da investigação à tentativa de organizar a criação de uma República independente na Catalunha.

Do crime de rebelião foram ainda acusados o ex-presidente do Governo regional Oriol Junqueras, a ex-presidente do parlamento regional Carme Forcadell, e os independentistas Jordi Sanchez e Jordi Cuixart, assim como a líder da Esquerda Republicana da Catalunha Marta Rovira, que hoje faltou à audiência marcada e anunciou que se exilava.

ZAP // Lusa

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