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Mistério de Emanuela Orlandi persiste. Túmulos do Vaticano estavam vazios

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luciogalluzzi / Flickr

Emanuela Orlandi desapareceu em 1983

Os túmulos de duas princesas alemãs abertos no Vaticano em busca de Emanuela Orlandi, a adolescente desaparecida em 1983, estavam vazios. 

Segundo o Observador, que cita o jornal italiano Corriere della Sera, os túmulos das duas princesas alemãs foram abertos esta quinta-feira e estavam vazios, fazendo aumentar ainda mais o mistério sobre o desaparecimento da jovem italiana e, agora, do local onde estarão os restos mortais das princesas.

“A pesquisa teve um resultado negativo: não foram encontrados restos humanos, nem urnas funerárias”, anunciou em comunicado o diretor da sala de imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti.

Logo depois da abertura dos túmulos, a advogada da família, Laura Sgro, mostrou surpresa com o resultado. “Os túmulos estão vazios. Estamos todos surpreendidos”.

As famílias das duas princesas – Sophie von Hohenlohe (morta em 1836) e Charlotte-Frédérique de Mecklembourg (morta em 1840)concordaram com as buscas e já “foram informadas sobre o resultado”, afirmou ainda a fonte do Vaticano.

Estão em curso verificações nos arquivos para conhecer a natureza das obras realizadas naquele cemitério, algumas das quais datam do fim do século XIX e outras dos anos 1960 e 1970.

 

Na semana passada, o Vaticano anunciou que iam ser abertos dois túmulos, no Cemitério Teutónico. Esta é a primeira vez que a instituição religiosa colabora ativamente com as investigações, segundo os progenitores.

Tudo porque, em março, o irmão da adolescente, Pietro Orlandi, recebeu uma nova pista: uma carta com a fotografia de uma escultura de um anjo e uma mensagem no verso – “Olha para onde o anjo está a apontar”.

O anjo apontava para um cemitério na vizinhança da Basílica de São Pedro, onde são enterrados os católicos alemães no Vaticano. Na altura, o irmão tinha dito que se não fosse encontrado lá nada, “a história não pode acabar aqui”.

De acordo com o jornal online, Pietro já tinha procurado diretamente a ajuda do Papa Francisco em 2013, pouco depois de este se tornar líder da Igreja Católica, mas a resposta que obteve foi apenas “a Emanuela está no céu”. O irmão não desiste porque, afirma, “enquanto não encontrar o corpo da Emanuela, é meu dever continuar a procurá-la como se estivesse viva”.

Emanuela Orlandi, de 15 anos, filha de uma funcionária do Vaticano, nunca voltou a casa depois de uma aula de música em Roma, no ano de 1983, e o caso é um dos mistérios mais longos de Itália.

O caso Orlandi está revestido de várias facetas misteriosas, nas quais se cruzam todo o tipo de teorias que juntam a máfia italiana, a Igreja Católica, uma rede de abusos sexuais e até mesmo o turco Ali Agca, que em 1981 tentou assassinar o Papa João Paulo II.

ZAP // Lusa

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