Donald Trump voltou a atacar o antigo senador americano John McCain, que morreu em agosto passado com um cancro no cérebro.
Nem depois da morte, o Presidente americano dá tréguas a um crítico seu, membro do mesmo Partido Republicano que o fez eleger para a Casa Branca.
Nos últimos dias, Trump atacou várias vezes quem já não se pode defender, usando o Twitter, e a filha de McCain, Meghan, criticou-o na mesma rede social. Em causa está um dossier sobre o alegado conluio entre o presidente norte-americano e a Rússia e o papel que McCain terá tido na sua divulgação.
“Nunca ninguém vai gostar de si da mesma maneira que gostavam do meu pai… gostava de ter tido mais sábados com ele. Talvez devesse fazer o mesmo e passar mais sábados com a família em vez de no Twitter, obcecado com o meu pai“, escreveu Meghan.
Esta quarta-feira, o Presidente americano voltou ao ataque, falando numa visita a uma fábrica de tanques militares, no Ohio, sete meses depois da morte do senador.
Trump queixou-se de que “não recebeu um agradecimento” pelo funeral de Estado dado ao antigo veterano da guerra do Vietname. Reconhecendo que “não era fã de John McCain”, o presidente atirou aos trabalhadores da fábrica, citado pela BBC: “Eu dei-lhe o tipo de funeral que ele queria, e que, como presidente, eu tinha que aprovar.” Trump acrescentou: “Eu não me importo com isso, eu nem recebi um agradecimento. Tudo bem.”
Trump aprovou o voo militar com os restos mortais de McCain, do Arizona, de onde era natural, para Washington, mas foi o Congresso que concedeu ao antigo senador a honra de funerais de Estado.
O presidente americano tem acusado John McCain de ter estado do lado dos democratas, como no Obamacare.
O senador republicano morreu em agosto, vítima de um cancro no cérebro, um dia depois de a família ter anunciado que o senador tinha decidido parar com o tratamento da doença. John McCain, considerado um herói de guerra, candidato às eleições dos Estados Unidos contra Barack Obama, morreu aos 81 anos.
Em maio, o senador republicano começou a preparar a sua cerimónia fúnebre, juntamente com amigos mais próximos e conselheiros. Nessa altura, foi revelado que o republicano tinha dado instruções para que Donald Trump não fosse ao seu funeral e que, em sua vez, fosse o vice-presidente Mike Pence.