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John McCain diagnosticado com tumor cerebral

Philipp Guelland / EPA

O senador John McCain

O Senador republicano que concorreu contra Barack Obama nas presidenciais de 2008 foi diagnosticado com um tumor cerebral quando foi operado a um coágulo sobre o olho esquerdo.

A notícia foi confirmada esta quarta-feira pelo gabinete do Senador de 80 anos. John McCain encontra-se agora a avaliar opções de tratamento, nas quais se incluem possivelmente quimio e radioterapia.

O gabinete informou ainda que o veterano de guerra está “bem-disposto” e a recuperar em casa, após os médicos terem detetado o tumor cancerígeno durante uma cirurgia para remover um coágulo de sangue por cima do seu olho esquerdo.

Atualmente a cumprir o seu sexto mandato como senador do Partido Republicano, McCain foi submetido a cirurgia na sexta-feira passada numa clínica do Arizona, estado que representa na câmara alta do Congresso.

Uma análise a tecidos recolhidos durante a operação comprovou que sofre de um tumor maligno cerebral conhecido como glioblastoma que está associado ao coágulo de sangue a que foi operado.

“Os médicos do senador dizem que ele está a recuperar da cirurgia muito bem e que o seu estado de saúde subjacente é excelente”, informou em comunicado a clínica Mayo, onde McCain está a ser seguido. “As opções de tratamento incluem uma combinação de químio e radioterapia.”

O glioblastoma, a forma mais comum de tumor maligno no cérebro, é um tipo agressivo de tumor cerebral que afeta mais homens do que mulheres e que é mais frequente à medida que a idade avança.

O gabinete de McCain, que atualmente lidera a comissão de Serviços Armados do Senado, informou que o político está “bem-disposto à medida que continua a recuperar em casa com a sua família” – que, segundo a sua filha Meghan, ficou “chocada” com a notícia.

Além da filha, diversas personalidades políticas recorreram ao Twitter para desejar as melhoras ao Senador, incluindo Donald Trump, que durante a campanha acusou McCain de não ser um verdadeiro herói de guerra porque os heróis não se deixam capturar pelo inimigo – McCain foi sujeito a tortura durante a guerra do Vietname -, o seu “rival” Barack Obama e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch Mcconnell.

American Hero

John Sidney McCain III, nascido a 29 de agosto de 1936, é senador pelo estado do Arizona desde 1987. Foi candidato a presidente nas primárias do Partido Republicano na corrida presidencial de 2000, mas perdeu a nomeação para George W. Bush.

É considerado um político de linha conservadora, mas tido como um pensador livre e uma voz independente dentro do partido, assumindo frequentemente posições incómodas e contrárias à orientação do Grand Old Party.

Nascido numa família de militares, lutou na guerra do Vietname. Em outubro de 1967, durante a sua missão número 23, o seu avião foi abatido sobre Hanói, aterrando de emergência no lago Truc Bach. Devido ao impacto McCain ficou ferido nas duas pernas e com um braço em muito mau estado.

Inconsciente, foi capturado por uma patrulha norte-vietnamita, que o torturou de imediato. O seu pé esquerdo foi ferido com uma baioneta e o ombro deslocado com a culatra de uma espingarda. Foi levado para a prisão de Hoa Lo, também conhecida como “Hanoi Hilton“. colocado numa cela, interrogado e torturado, tendo resistido a dar informações.

O facto de o pai ser almirante e comandante-chefe das forças dos EUA no Pacífico, fez com que o governo do Vietname do Norte lhe tivesse oferecido a libertação ao fim de um curto cativeiro, se reconhecesse ter cometido crimes de guerra.

McCain, no entanto, recusou qualquer tratamento de favor, alegando que o código militar estabelece que os prisioneiros são libertados pela ordem em que foram capturados. Isto significou para o agora senador mais cinco anos de prisão e tortura no “Hanoi Hilton”. Ao voltar, foi recebido na Casa Branca pelo presidente Richard Nixon, e manteve até hoje a aura de “American Hero”.

Candidato à presidência dos Estados Unidos em 2008, venceu a disputa pela nomeação republicana com Mike Huckabee, Rudolph Giuliani e Mitt Romney. Posteriormente, na disputa final, enfrentou o então senador Barack Obama, que acabou por ser eleito.

Apesar de republicano, é considerado por muitos norte-americanos como uma das mais influentes vozes de oposição à presidência de Donald Trump.

CF, ZAP //

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