Veja um filme com desconhecidos e saiba quem se pode tornar o seu melhor amigo

A atividade neural pode mesmo prever relações. Um novo estudo revelou que estranhos têm mais probabilidade de se tornarem amigos se os seus cérebros responderem de forma semelhante a excertos de filmes.

Através de culturas, os humanos tendem a rodear-se de pessoas com mentalidade semelhante… a não ser que sejam outrovertidas.

O fenómeno conhecido como homofilia explica porque razão estudos anteriores encontraram semelhanças neurais entre grandes amigos.

No entanto, os investigadores não têm a certeza se este fenómeno se deve ao facto de os amigos se tornam mais parecidos ao longo do tempo ou porque as pessoas gravitam para aqueles com processos de pensamento semelhantes.

Agora, uma nova investigação recolheu exames cerebrais de 41 estudantes antes de começarem um programa de pós-graduação. Durante os exames, os participantes assistiram a uma série de 14 excertos de filmes abrangendo uma gama de estilos como documentário ou comédia, e vários tópicos incluindo comida, desporto e ciência.

Os investigadores analisaram depois a atividade neural de cada participante em 214 regiões cerebrais.

Como detalha a New Scientist, os participantes que se aproximaram durante este período tiveram semelhanças significativamente maiores na atividade de 42 regiões cerebrais do que aqueles que se afastaram.

O estudo, publicado recentemente na Nature Human Behaviour, revelou que a ligação permaneceu significativa mesmo depois de contabilizar fatores como idade, género e cidade natal.

“Fatores sociodemográficos, pelo menos em termos do que conseguimos medir aqui, parecem apenas explicar parte da imagem”, disse, à New Scientist, a autora correspondente do estudo, Carolyn Parkinson, da Universidade da Califórnia.

Muitas destas regiões estão envolvidas em redes cerebrais que dirigem a atenção e ajudam-nos a dar sentido às histórias, “sugerindo que as amizades se formam, em parte, devido a semelhanças em como as pessoas entendem o mundo à sua volta“, diz Parkinson.

“Pessoas cujos processos de pensamento são mais semelhantes acham mais fácil dar-se bem. Quando dizem algo, simplesmente sabem o que o outro está a pensar porque é assim que eles próprios pensam”, confirma, à New Scientist, o especialista Robin Dunbar, na Universidade de Oxford.

Dunbar refere que este estudo confirma o que muitos há muito suspeitavam – “que semelhantes atraem semelhantes, em vez de pessoas atiradas juntas por acidentes se aproximarem nos seus traços”.

“Por outras palavras, os amigos próximos nascem, não se fazem“, conclui.

ZAP //

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