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DGS alarga critérios. Testes nos privados vão entrar na contagem nacional

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A nova norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), referente à entrada na fase de mitigação que entra em vigor a partir da meia-noite desta quinta-feira, tem novas indicações para combater a pandemia de Covid-19. 

De acordo com o jornal Público, entre as indicações estão os critérios mais alargados para classificar casos suspeitos, mais diversidade de resposta, centros de saúde podem ser transformados em áreas de atendimento para doentes de Covid-19 e registo de todos os casos suspeitos e dos resultados dos testes no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Sinave).

“Trata-se da preparação dos sistemas de saúde para a fase de mitigação da pandemia e que produzirá efeitos a partir das 0h do dia 26 de março”, explicou o secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales, na conferência de imprensa.

Portugal registou, esta terça-feira, 33 mortes e 2362 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, mais 302 do que no dia anterior. Das vítimas mortais, 63% tinham uma idade superior a 80 anos. Ao todo, 22 pessoas recuperaram. Das 203 pessoas internadas, 48 estão em unidades de cuidados intensivos.

Pela primeira vez, o relatório da DGS mencionou as cidades com mais casos positivos: Lisboa registava 175, Porto 126, Maia 104 e Vila Nova de Gaia 68.

A evolução da epidemia vai levar a alteração das regras. Na conferência de imprensa, o subdirector-geral da Saúde, Diogo Cruz, disse que a nova norma vai alargar muito o número de testes que vão começar a fazer, uma vez que permite que se façam “ao mínimo sintoma que os doentes apresentem”.

Todas as pessoas que tenham tosse (persistente ou agravamento da tosse habitual), febre (temperatura igual ou acima dos 38ºC) ou dificuldade respiratória passam a ser considerados casos suspeitos, que devem ser submetidos a teste laboratorial.

A norma estabelece prioridades na realização dos testes quando não é possível fazê-los a todos os doentes suspeitos: doentes com critérios de internamento, recém-nascidos e grávidas, doentes com patologias consideradas de risco como asma, diabetes ou insuficiência cardíaca, doentes residentes em lares e unidades de convalescença, doentes com contacto próximo com pessoas com patologias de risco e profissionais de saúde que tenham sintomas.

O secretário de Estado da Saúde admitiu que os profissionais de saúde assintomáticos também possam vir a ser testados.

Além disso, “todos os doentes com suspeita de Covid-19 são registados no Sinave” e que “todos os resultados dos testes laboratoriais” são registados na plataforma informática de cada laboratório e no Sinave.

Por outro lado, apesar de a linha SNS24 continuar a ser a principal porta de entrada no sistema, mas passam também a existir linhas telefónicas para atender estes casos nos centros de saúde e Unidades de Saúde familiares.

Nos cuidados de saúde primários e hospitalares, têm de existir áreas dedicadas à Covid-19, de forma a separar doentes suspeitos e infetados daqueles que não têm a doença.

“Portugal devia estar a fazer mais testes”

A questão do número de testes que têm sido realizados em Portugal é controversa e uma fonte da DGS considera que o discurso político não é um “discurso da verdade”, conforme declarações ao Observador. Esta fonte identificada como alguém “com conhecimento directo da forma como o Governo está a fazer a gestão do surto” salienta que “Portugal tem poucos testes” e que, portanto, tem “necessidade de poupar os kits“.

“O discurso político devia ser: temos poucos testes, não podemos testar toda a gente”, destaca esta fonte.

E Ricardo Mexia, da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, destaca ao Observador que muitos casos de infecção podem estar a passar despercebidos por falta de testes.

ZAP //

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