O tempo médio de espera de atendimento dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes é no dia de hoje de 19 segundos, indicou INEM, que acrescenta já estar em funcionamento a triagem automática. Número de casos em investigação sobe para 10 após duas mortes reportadas em Pombal.
“Os tempos médios de atendimento dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) registam agora, em média, 20 segundos de espera. No dia de hoje, 09 de novembro, o tempo médio é de 19 segundos”, indicou o INEM num comunicado.
Segundo o instituto, estes tempos são o resultado das medidas de contingência implementadas, “com vista à otimização do funcionamento da central médica” do INEM.
Uma das medidas implementadas foi um mecanismo de atendimento automático, “acionado apenas em momentos de sobrecarga do sistema do CODU”.
Assim, “se o tempo de espera atingir os três minutos, a chamada é imediatamente atendida e o contactante responderá com SIM ou NÃO às questões colocadas, permitindo de forma rápida e automática priorizar a gravidade das situações”, explica o comunicado.
“Consoante o nível de gravidade, serão acionados meios de emergência ou as chamadas transferidas para o SNS 24”, acrescenta.
O INEM indicou ainda que já reforçou as escalas no período diurno e que foram integrados enfermeiros nas equipas do CODU, e comprometeu-se ainda a “desenvolver todos os esforços no sentido de melhorar o atendimento aos cidadãos”.
Estas medidas surgem depois de várias críticas e queixas a alegados atrasos e falhas do INEM, que terão causado a morte a, pelo menos, 10 pessoas.
Duas mortes reportadas em Pombal
O número de mortes associadas à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, cujas causas estão a ser investigadas, aumentou das 8 anteriormente apontadas para 10 depois de os Bombeiros Voluntários de Pombal terem sido chamados, na segunda-feira, a duas ocorrências que não terão tido resposta do INEM.
Nestas ocorrências acabaram por perder a vida dois homens, de 53 e 90 anos, revelou este sábado o 2.º comandante da corporação, João Carlos. “Em ambas as chamadas os contactantes ligaram para a central dos Bombeiros a solicitar ajuda, indicando que já teriam ligado para o 112 e que não teriam sido atendidos”
Em declarações à Lusa, o responsável explicou que nas duas situações os Bombeiros do Pombal fizeram sair o meio de socorro e prestaram auxílio às vítimas que se encontravam em paragem cardiorrespiratória.
“Foi solicitado o apoio do Centro de Orientação de Doentes Urgentes, que disponibilizou uma viatura médica do Hospital de Leiria e cujo óbito foi declarado no local pelo médico da Viatura Médica de Emergência e Reanimação”, acrescentou.
Em ambos os casos, que ocorreram nas localidades de Grilos e Arnal, “os dois contactantes deram a informação que já tinham ligado para o 112” e que, em ambas as situações, “o CODU não teria atendido, ultrapassando o tempo que as pessoas acharam normal”.
“A única diferença que há na segunda situação, é que a pessoa que ligou para os Bombeiros ficou com a sensação de que a ambulância só saiu depois de ligarem uma segunda vez, mas isso é errado: a ambulância já estava a caminho”, esclareceu.
Contactado pela Lusa, o presidente da União de Freguesias de Santiago e São Simão de Litém e Albergaria dos Doze, à qual pertence a localidade de Arnal, lamentou a morte do idoso e o facto de os serviços de auxílio “não terem funcionado”.
“De Pombal a Arnal são cerca de 20 minutos e de Arnal a Leiria uma meia hora. O que me foi dito por um familiar é que demorou muito tempo para chegar uma ambulância do INEM e que acabaram por chamar os bombeiros”, indicou Manuel Matos.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abriu um inquérito aos casos de mortes noticiados nos últimos dias por alegados atrasos no atendimento do INEM.
ZAP // Lusa