“Discussões eram acesas e fervo em pouca água”. Temido entre a “graça ou desgraça” de liderar o PS

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António Cotrim/LUSA

Marta Temido durante conferência de imprensa

“Isso é uma graça… ou uma desgraça”. É deste modo que Marta Temido fala sobre um possível futuro como líder do PS. A antiga ministra da Saúde ainda tem na cabeça os “fantasmas do Verão passado” e assumindo que “ferve em pouca água”, lamenta as discussões “acesas e duras” dos dias mais complicados da pandemia.

Actual líder da concelhia do PS Lisboa, Marta Temido falou, sem falar muito, do seu futuro político em entrevista à SIC Notícias. Confrontada com a possibilidade de se tornar secretária-geral do PS, um cenário que o próprio António Costa já admitiu, Temido limitou-se a sublinhar que “isso é uma graça… ou uma desgraça”.

Temido diz que quando pensa no futuro, imagina algo que lhe dê “prazer” e que “sirva as pessoas”. E não afasta a possibilidade de ser candidata à presidência da Câmara de Lisboa. “É uma circunstância que pode acontecer, mas o propósito não é esse”, salienta.

Eu não sou candidata a nada, porque isso exige um pensamento de estratégia pessoal que não tenho”, vinca também. De resto, “os projectos pessoais na vida pública tendem a amargurar os próprios e a ter, muitas vezes, efeitos colaterais negativos”, aponta.

A ex-ministra da Saúde também assume que se afastou de António Costa nos últimos tempos, mas realça que continua a ter “um grande respeito pelo primeiro-ministro” e “uma grande admiração”.

“Discussões eram acesas e eu fervo em pouca água”

Sobre os desenvolvimentos na orgânica do Serviço Nacional de Saúde (SNS) depois da sua demissão do cargo de ministra, e da escolha de Manuel Pizarro para lhe suceder, Temido só deixa “um voto sincero que tudo corra o melhor possível“.

Não há nada pior do que os fantasmas do Verão passado. Agora, é outro tempo, são outros protagonistas, é outro processo”, atira ainda.

E sobre esses tempos difíceis da pandemia de covid-19, a antiga ministra assume alguns arrependimentos. “Quando olho para trás, penso que houve muitos dias em que tratei de determinada forma, pelo cansaço e pela exaustão, pessoas que deram tudo por tudo pelos portugueses. É desses momentos que guardo amargo de boca“, realça.

“Às vezes, as discussões eram acesas e duras. Nós exaltávamo-nos e eu tenho um feitio bastante intempestivo, fervo em pouca água. Disso, tenho mágoa”, admite também.

Temido defende “muita coragem” na Habitação

Já numa sessão de esclarecimento aos militantes socialistas sobre o programa “Mais Habitação” apresentado pelo Governo, Temido assumiu um discurso mais político e virado para a realidade interna – quem sabe, em tom de potencial candidata à Câmara de Lisboa ou até à liderança do PS.

Não nos podemos deixar entrincheirar, não podemos deixar de fazer um esforço de nos entendermos, não podemos deixar de fazer um esforço de sairmos daqui mais clarificados”, realçou Temido perante os militantes socialistas como cita a Rádio Renascença.

A ex-ministra da Saúde defendeu as medidas apresentadas pelo Governo, mas deixando vários recados.

A resposta à crise da habitação “exige um esforço conjunto, um esforço de todos e exige também equilíbrio”, começou por notar, frisando que “a cidade e a habitação constroem-se com todos”.

Mas Temido também pediu “muita coragem” para enfrentar mais este duro desafio, recordando que os socialistas estão “habituados a enfrentar crises nos últimos anos”.

A ex-governante lembrou, por exemplo, os “desafios enormes relacionados com a habitação” já vividos pelo partido, nomeadamente com a eliminação de barracas durante a presidência de João Soares, para defender pulso firme nas novas medidas.

ZAP //

2 Comments

  1. Valeu a pena ter engolido sapos vivos! Tem à sua frente um trem completo de tachos ,qual deles o mais apetecível! Até já diz, depois de tanto os contestar, que os hospitais privados fizeram tão bom trabalho como os do SNS, durante a pandemia !!! Que mentira dra Marta! Toda a gente sabe que eles, ao princípio, se recusaram-se a receber doentes COVID!!! Se a sua formação é toda na área hospitalar não acha que não terá grande competência para liderar a CML, dra. destemido?? Deixem-se de brincar com coisas sérias! Estamos cansados! Acredite que é mesmo uma desgraça passar-lhe pela cabeça que pode vir a ser 1º Ministro!!!

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