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Tecnologia monitoriza emoções dos trabalhadores chineses (para aumentar produtividade)

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worldbank / Flickr

Através de sensores colocados em capacetes, dezenas de empresas chinesas conseguem monitorizar a atividade cerebral e as emoções dos trabalhadores.

Várias empresas chinesas recorrem atualmente a capacetes especiais equipados com sensores que monitorizam a atividade cerebral e as emoções dos trabalhadores. De acordo com o South China Morning Post, os dados recolhidos são utilizados para melhorar o ritmo de produção.

Uma das empresas que aderiu a este “uniforme” garante que esta tecnologia ajudou a produtividade e foi decisiva para que a empresa aumentasse os lucros em mais de 250 milhões de euros. No entanto, esta prática, patrocinada pelo Governo chinês, levanta algumas questões relacionadas com a privacidade.

Embora não consiga ler mentes, esta tecnologia é capaz de monitorizar ondas cerebrais e daí extrair informações em tempo real sobre os níveis de stress, cansaço, depressão, raiva ou ansiedade. Os sensores sem fios estão escondidos nos capacetes de segurança e nos chapéus dos uniformes.

Os picos emocionais são enviados para um servidor central, onde os dados são tratados por tecnologias de inteligência artificial que ajudam a empresa a entender, por exemplo, qual é o nível de concentração de um trabalhador, explica o Observador.

Caso os dados indiquem que o trabalhador não está em condições de trabalhar – ou pelo menos nas mais indicadas – o trabalhador é movido para outra função que requeira menos concentração (ou, em casos extremos, enviado para casa).

Fábricas, empresas públicas e até mesmo entre militares, esta tecnologia que tem sido introduzida na China tem ajudado a aumentar a produtividade. “Não há dúvida sobre os efeitos”, afirma Cheng Hangzhou, acrescentando que este capacete ajudou a “reduzir significativamente o número de erros cometidos pelos nossos trabalhadores”.

O responsável chinês adianta que este sistema permitiu “uma melhor compreensão” entre empregadores e empregados. Além disso, esta tecnologia tem também ajudado na gestão dos recursos humanos já permite ajustar melhor os tempos de pausa.

A princípios, os trabalhadores estranharam, com medo que aqueles sensores lhes lessem os pensamentos. Mas “depois de algum tempo todos se habituaram ao capacete, que tem a aparência de um normal capacete de segurança, e passaram a usá-lo durante todo o dia de trabalho”, conta.

Embora esta recolha de dados seja um elemento diferenciador de todas as empresas do resto do mundo, a falta de regulamentação sobre a utilização destes dispositivos preocupa alguns especialistas.

“A venda de dados do Facebook já é uma coisa má o suficiente. A vigilância cerebral pode levar o abuso de privacidade a um novo nível”, alerta Qiao Zhian, professor de Psicologia aplicada à Gestão na Universidade Normal de Pequim.

ZAP //

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