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Afinal, a TAP precisa entre 600 a 700 milhões de euros

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, desafiou, na quarta-feira, os acionistas privados a revelarem o verdadeiro valor das necessidades financeiras da TAP. De acordo com o jornal ECO, serão necessários entre 600 a 700 milhões de euros.

No Parlamento, na quarta-feira, Pedro Nuno Santos deixou implícito que os 350 milhões a 400 milhões de euros anunciados por Humberto Pedrosa estão aquém do valor real que a TAP precisa para assegurar o cumprimento dos compromissos da companhia e num cenário de regresso à atividade no segundo semestre do ano.

De acordo com o jornal ECO, que ouviu duas fontes da companhia aérea portuguesa, serão necessários 600 milhões a 700 milhões de euros.

A TAP avançou para um lay-off de cerca de 90% dos trabalhadores e está em negociações com o Governo para uma capitalização da empresa para garantir tesouraria a partir de junho.

Recentemente, Humberto Pedrosa afirmou que a TAP precisaria de um empréstimo com garantia de Estado entre 350 milhões e 400 milhões de euros, mas admitia a necessidade de um aumento de capital em 2021.

O Governo não está disponível para uma operação em dois momentos. A operação financeira, seja ela qual for, será feita de uma só vez e no contexto de uma mudança de governação da companhia.

Pedro Nuno Santos disse mesmo que qualquer intervenção do Estado na companhia aérea “implicará que o Estado, através do Governo, acompanhe todas as decisões que serão tomadas nos próximos meses”.

Pedro Nuno Santos assegurou que o Governo não exclui nenhuma alternativa – nem a nacionalização – até porque, se o fizesse, estaria a perder força negocial com os privados.

A gestão da TAP está a aguardar por uma decisão do Governo. A TAP terá, neste momento, cerca de 300 milhões de euros de “caixa”, mas tem compromissos financeiros a cumprir, e por isso, precisa de uma injeção durante o mês de maio ou no início de junho.

A quase totalidade da frota da TAP está parada e, mesmo quando os voos forem retomados, são de esperar taxas de ocupação dos aviões relativamente baixas, na casa dos 25%. Esses voos vão exigir disponibilidades financeiras, porque vão gerar perdas.

ZAP //

 

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