Recente avaliação aponta para mil milhões de euros. Contribuintes já injetaram 3,2 mil milhões na empresa envolta em controvérsia.
A Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) está prestes a passar por uma nova fase na sua longa história, após António Costa referir que o seu capital que será privatizado “variará necessariamente” consoante o parceiro privado que for escolhido.
Após injetarem 3,2 mil milhões de euros desde o ano 2000, os contribuintes veem a recente avaliação levada a cabo pelas empresas independentes Ernst & Young e Banco Finantia, que indicou que a TAP pode valer pouco mais de mil milhões de euros — um valor que está em linha com a avaliação feita pelo Deutsche Bank em 2019, que estimou a TAP entre 637 e 1035 milhões de euros.
“A intenção do Governo é recuperar o máximo de dinheiro que foi injetado pelo Estado na companhia aérea”, sublinhou ao Correio da Manhã fonte conhecedora do processo.
Nada garante, no entanto, que a empresa venha a ser vendida pelo valor apontado pela avaliação. A venda decorre em 2024 e até lá, muitas variáveis ainda poderão influenciar o desfecho desta história.
Importa sublinhar que o preço final não será unicamente decidido pelo valor de avaliação. Fatores como o número de concorrentes interessados na aquisição e o valor potencial futuro da companhia também desempenharão um papel fundamental.
A TAP — que já passou por um processo de privatização em 2015, tendo sido adquirida pelo consórcio Atlantic Gateway por apenas 10 milhões de euros — conta com o interesse, no atual cenário, de grandes “players” do setor aéreo como a IAG (dona da Iberia), a Lufthansa e a Air France-KLM, que já o manifestaram, o que pode eventualmente elevar o preço final.
Fernando Medina, Ministro das Finanças, ainda não respondeu a questões sobre a avaliação da empresa, mas afirmou que a privatização manterá o hub de Lisboa e a autonomia da empresa.
A decisão final sobre o futuro da TAP será crucial não só para a empresa mas também para o país. O primeiro-ministro António Costa já admitiu que a totalidade da empresa poderá ser vendida, reafirmando a importância de salvaguardar os interesses nacionais.
Antes, neste ponto da sua intervenção, o líder do executivo procurou salientar que, no ano passado, “a TAP não só não deu prejuízo, como apresentou lucros”.
“Este ano, já foram transportados 7,6 milhões de passageiros no primeiro semestre, atingindo já o valor de 96% dos passageiros transportados no período pré pandemia” da covid-19, acrescentou.
Resta agora saber como o Governo irá gerir este ativo estratégico e, mais importante, como irá garantir que o melhor interesse de Portugal seja efetivamente defendido no processo de venda.
Privatização da TAP
-
23 Setembro, 2023 TAP já só vale um terço do que os contribuintes pagam por ela
-
26 Fevereiro, 2016 Bruxelas pressiona ANAC para limitar poder estrangeiro na TAP
-
14 Fevereiro, 2016 CDS acusa governo de ter escondido entrada de capital chinês na TAP
Querem fazer negócios desses comigo?.
Compram-me as coisas pelo tripo do valor de mercado,
Eu vendo!
É aproveitar enquanto o “zé povinho” pagar.
E depois admirem-se de o país, às mãos desta gente, estar como está!
(quanto à diferença, alguém já se abotoou ou vai abotoar-se com ela)