Suécia e Reino Unido admitem enviar forças de paz para a Ucrânia

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Maria Malmer

“O nosso governo não exclui nada”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, depois de o Reino Unido ter dito que estava pronto para enviar tropas para a Ucrânia para manter a paz.

A Suécia não descarta enviar forças de paz para a Ucrânia, disse esta segunda-feira a ministra ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Maria Malmer.  Em declarações à rádio pública Sveriges Radio, a governante mostrou disponibilidade em colaborar nas negociações de paz.

“Precisamos primeiro de negociar agora uma paz justa e duradoura que respeite o direito internacional (…). Quando tivermos essa paz estabelecida, ela terá que ser mantida e, para isso, o nosso governo não descarta nada”, disse a ministra das Relações Exteriores da Suécia.

Estas declarações acontecem depois de o Reino Unido também ter tornado público que está disposto a contribuir com tropas no terreno para fornecer garantias de segurança para Kiev.

Após quase três anos de conflito que fez centenas de milhares de mortos e feridos, tem havido cada vez mais especulação sobre possíveis negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, especialmente depois da eleição do presidente dos EUA Donald Trump.

Entre as ideias exploradas pelas chancelarias europeias e por Washington, está a do envio de um contingente militar europeu para a Ucrânia, ao longo da linha da frente que se estende por cerca de mil quilómetros.

Esta hipótese poderá envolver os exércitos dos países membros da NATO, ou mesmo detentores de armas nucleares, como os britânicos, mas também a França, que também já admitiu antes enviar tropas para a Ucrânia. Também a Alemanha admitiu em janeiro o envio de soldados alemães para uma eventual zona tampão.

Agora, Trump quer saber quais são os países dispostos a enviar militares para Kiev para impedir uma nova invasão russa, tendo enviado um questionário para os líderes europeus, que por sua vez se reúnem esta segunda-feira para decidir como é que vão responder ao líder norte-americano.

Montenegro: juntos somos mais fortes

Os chefes de governo de pelo menos oito países europeus (Alemanha, Reino Unido, Itália, Polónia, Espanha, Países Baixos e Dinamarca), os Presidentes do Conselho e da Comissão Europeia e o Secretário-Geral da NATO estarão segunda-feira na reunião promovida pelo Presidente francês sobre a Ucrânia e segurança na Europa.

Portugal não participa nesta reunião, mas Luís Montenegro reforçou no X que “quanto mais unida e coordenada estiver a UE, mais decisiva será a sua ação. Juntos somos mais fortes”.

“O Governo está em permanente contacto com os parceiros europeus e transatlânticos sobre a Ucrânia e está disponível para contribuir para uma solução de paz justa, inclusiva e duradoura, que acautele garantias de segurança efetivas para a Ucrânia”, acrescentou ainda fonte do executivo à Lusa.

A Rússia, por sua vez, recusa para já um contingente europeu de paz na Ucrânia.

“É obviamente prematuro falar (…) de forças de manutenção da paz”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em 16 de dezembro.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse este domingo que a Rússia vai declarar guerra à NATO, se Trump reduzir o seu apoio a esta aliança, pedindo que os aliados reforcem as forças armadas.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje que a União Europeia (UE) deve participar nas negociações com a Rússia para colocar um fim à guerra na Ucrânia, de forma a conceber a futura arquitetura de segurança da Europa.

Já o Governo húngaro criticou a reunião que decorrerá em Paris entre vários líderes de países da União Europeia e da NATO, considerando que o objetivo e bloquear um acordo de paz na Ucrânia.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Parece-me difícil Putin aceitar tropas da NATO e/ou da UE na Ucrânia. Talvez fosse melhor pedir, via ONU, tropas a países externos não-comprometidos, por exemplo: Suiça, India, Arábia Saudita, Israel, Brasil, Japão, Egipto…

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