Rússia avança em Donetsk. Alemanha admite envio de soldados alemães para zona tampão

Press service of the 24 Mechanized brigade/EPA

Soldado ucraniano a fumar num abrigo numa posição da linha da frente de Donetsk, na Ucrânia.

Mais duas aldeias conquistadas no leste da Ucrânia. Alemanha admite enviar tropas para garantir zona tampão, mas a questão “será discutida quando chegar a altura”.

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou este sábado que as suas forças tomaram o controlo de mais duas aldeias no leste da Ucrânia, Vremivka e Petropavlivka, ambas na região de Donetsk.

O exército russo está a avançar no cerco aos redutos ucranianos de Kurakhove e Velika Novosilka, ambos na região oriental de Donetsk, com a captura de duas novas localidades, informou o Ministério da Defesa russo.

“As unidades do agrupamento Vostok (Leste) continuaram a avançar (…) e libertaram a povoação de Vremivka, na República Popular de Donetsk”, refere o comunicado militar.

Entretanto, os militares do grupo do Centro assumiram o controlo de Petropavlovka, acrescenta o comunicado. As autoridades russas tinham comunicado a entrada dos militares em Petropavlovka, a noroeste de Kurakhov, em 3 de janeiro.

Alguns dias mais tarde, alguns meios de comunicação social referiram que Petropavlovka tinha sido conquistada, mas esta informação não foi oficialmente confirmada até à manhã deste sábado.

Quanto a Vremivka, a sudoeste de Velika Novosilka, é uma aldeia com mais de mil habitantes antes da guerra, situada perto da fronteira com as regiões de Zaporíjia e Dnipropetrovsk.

Alemanha pode enviar tropas para garantir zona tampão

O ministro alemão da Defesa mostrou abertura ao envio de soldados alemães para a Ucrânia, caso fosse criada uma zona desmilitarizada para garantir o cumprimento de um hipotético cessar-fogo com a Rússia.

“Somos o maior parceiro da NATO na Europa. É óbvio que vamos desempenhar um papel e que teremos de assumir a responsabilidade por ele”, disse Boris Pistorius, numa entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung, quando questionado sobre a possibilidade de enviar tropas alemãs para ajudar a garantir uma zona tampão entre os dois beligerantes.

A questão “será discutida quando chegar a altura”, disse o ministro social-democrata.

O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que toma posse na segunda-feira, prometeu, durante a sua campanha eleitoral, acabar com o conflito entre a Ucrânia e a Rússia em menos de 24 horas. Desde então, deu a si próprio mais tempo, mas as conversações poderão começar em breve, graças, nomeadamente, a um encontro entre Trump e o Presidente russo Vladimir Putin.

No entanto, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, avisou na segunda-feira que a Ucrânia não está numa posição suficientemente forte para iniciar negociações de paz com a Rússia.

Embora Boris Pistorius admita que “a Rússia ocupa cerca de 18 ou 19%” do território ucraniano, “não obteve mais” em quase três anos de guerra, apesar das “elevadas perdas do seu próprio exército”, sublinha.

Numa reunião recente dos países que apoiam a Ucrânia, os Estados Unidos afirmaram que Moscovo estava a perder quase 1.500 homens por dia, em novembro.

ZAP // Lusa

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