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Dorothy Camille Shea, embaixadora dos EUA no Conselho de Segurança da ONU
A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou hoje a organização.
Em conferência de imprensa, no quartel-general da NATO, em Bruxelas, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, anunciou esta sexta-feira o reforço da presença militar no flanco leste da Aliança Atlântica, para “fortalecer ainda mais” a defesa naquele flanco, que faz fronteira com a Rússia.
O reforço militar não é exclusivo para a Polónia, mas o anúncio foi feito dias após uma invasão do espaço aéreo polaco por drones russos, que foram intercetados e pela primeira vez abatidos pela Força Aérea polaca.
Também nesta sexta-feira, em resposta à intrusão russa em espaço aéreo da NATO, os EUA avisaram que irão defender “cada centímetro do território da Aliança Atlântica”.
Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, pedida pela Polónia após o incidente, a embaixadora norte-americana junto às Nações Unidas, Dorothy Shea, afirmou que a “violação do espaço aéreo de um aliado norte-americano, intencional ou não, demonstra um imenso desrespeito pelos esforços de boa-fé dos EUA para pôr fim a este conflito”.
“Os EUA apoiam os nossos aliados da NATO face a estas alarmantes violações do espaço aéreo. Os EUA estão em consulta com a Polónia e com os nossos outros aliados da NATO, nos termos do artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte, e tenham a certeza de que defenderemos cada centímetro do território da NATO”, frisou Shea.
Este incidente “não contribui para os esforços extraordinários que os Estados Unidos têm empreendido nas últimas semanas para intermediar o fim da guerra“, observou a diplomata, exigindo a Moscovo que cumpra o seu compromisso com a diplomacia, “procurando o fim imediato das hostilidades através de negociações diretas com a Ucrânia”.
A embaixadora notou ainda que, desde a cimeira do Alasca, entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, a 15 de agosto, a Rússia intensificou a sua campanha de bombardeamentos contra a Ucrânia, resultando em mortes e danos nas infraestruturas civis.
Ao contrário da prática comum da nova administração norte-americana, que costuma pressionar Kiev e Moscovo pelo fim da guerra, desta vez Dorothy Shea direcionou a pressão apenas para a Rússia.
“Não podemos correr o risco de que este se transforme num conflito mais vasto. A Rússia deve demonstrar a sua seriedade, tomando medidas imediatas e concretas no sentido da paz”, concluiu Shea.
ZAP // Lusa
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