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Há dois novos casos de Covid-19 em Portugal

José Sena Goulão / Lusa

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou na tarde desta terça-feira que há dois novos casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus em Portugal.

Um dos infetados está no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto. Trata-se de um homem de 60 anos que tem ligação conhecida a outro caso já confirmado.

O segundo infetado esta terça-feira anunciado pelo organismo liderado por Graça Freitas é também um homem, de 37 anos, com ligação a “um a caso confirmado para COVID-19”, estando este internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.

Ao todo, Portugal regista, até ao momento, quatro casos de infeção provocada por esta pneumonia viral oriunda da cidade chinesa de Wuhan. São todos homens com idades compreendidas entre os 33 e os 60 anos.

Em Portugal, quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas – que incluem febre, dores no corpo e cansaço – deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde.

A DGS pede que os portugueses com sintomas não se dirijam aos serviços de urgência.

O mesmo organismo lançou entretanto um site, no qual os podem encontrar resposta às perguntas “Covid-19, o que é”, “Estarei doente?”, “Posso Viajar?”.

Números atualizados às 17h20 desta terça-feira dão conta de 92.798 pessoas infetadas, 3.164 mortes e 48.469 curados em todo o mundo.

São João e Santo António “mantêm capacidade”

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta terça-feira que os hospitais de São João e Santo António, no Porto, “mantêm a sua capacidade de resposta”, tendo disponíveis duas mil camas comuns para isolamento.

“Quer o São João quer o Santo António mantêm a capacidade de resposta e não ficaram em sobrecarga com os dois casos positivos [do coronavírus]”, disse Marta Temido, na Comissão de Saúde do parlamento, onde começou a ser ouvida a pedido do PSD, PCP e BE sobre as condições de funcionamento dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

As declarações da ministra da Saúde no parlamento surgem um dia após a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, ter afirmado que aquelas duas unidades hospitalares “esgotaram a capacidade”. “Recebi um telefonema (…) que me disse que [os hospitais de] Santo António e São João esgotaram a capacidade”, disse na segunda-feira Graça Freitas, durante o programa “Prós e Contras”, na RTP1.

A diretora-geral da Saúde referiu que, por essa razão, contactou com a Administração Regional de Saúde do Norte para “ativar os outros quatro hospitais que estavam na retaguarda prontos para ser ativados”, sem especificar quais as unidades hospitalares.

Segundo Marta Temido, no São João e no Santo António estão disponíveis cerca de duas mil câmaras comuns para efeitos de isolamento, 300 camas de cuidados intensivos e mais 300 de pressão negativas que “poderão ser alocadas a este surto”.

Além disso, avançou a governante, “há um conjunto de hospitais de segunda linha que estão a ser preparados para responder” ao aumento de casos de contágio, como é o caso do Hospital de Braga, do Centro Hospitalar do Porto, do Centro Hospitalar de Lisboa Norte ou o Centro Hospitalar Universitário do Algarve.

Governo com “primazia” de gestão

O Presidente da República defendeu também esta terç-afeira que deve ser o Governo a ter a “primazia” na gestão da epidemia Covid-19, mas afirmou que, por sua vontade, “já lá estava”, próximo dos portugueses infetados pelo novo coronavirús.

À margem da iniciativa “Artistas em Belém”, o chefe de Estado foi questionado sobre uma visita que o primeiro-ministro, António Costa, irá fazer esta terça-feira ao Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, onde está internado um dos dois infetados até agora confirmados em Portugal.

“Cheguei a pensar nessa deslocação, mas deve ser dada primazia ao Governo para que se não diga que o Presidente está a ter protagonismo excessivo numa questão que o primeiro-ministro chamou a ele mesmo a nível da coordenação, ao mais alto nível”.

Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa promete que, sobre esta matéria, irá “falando com o primeiro-ministro e com o Governo e quando o Governo entender que é adequado o Presidente ir, o Presidente irá”. “Sabem que por vontade do Presidente já lá estava, mas aqui o protagonismo deve ser dado ao Governo”, frisou.

ZAP // Lusa

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