/

Sánchez declara estado de emergência em Madrid. Seis cidades francesas em alerta

Kiko Huesca / EPA

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, convocou para esta sexta-feira um Conselho de Ministros extraordinário para decretar o estado de emergência em Madrid, na sequência do grande aumento no número de infeções pelo novo coronavírus na comunidade.

O jornal espanhol El País avança que o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, comunicou a sua decisão  presidente da comunidade autónoma de Madrid, Isabel Díaz Ayuso no conselho de ministros extraordinário que ainda decorre.

Madrid vai estar em estado de emergência nos próximos 15 dias – o tempo máximo permitido pela constituição espanhola.

Apesar de Ayuso ainda ter pedido a Sanchéz “mais tempo”, a resposta foi que o estado de emergência irá mesmo avançar.

A convocatória para o Conselho de Ministro surgiu horas depois de o Tribunal Superior de Justiça de Madrid rejeitar as medidas impostas pelo Governo central de restrição da movimentação das pessoas em dez municípios da região de Madrid, incluindo a capital do país, para mitigar a proliferação do SARS-CoV-2.

Espanha registou esta quinta-feira 12.423 novos casos de covid-19, um quarto dos quais em Madrid, elevando para 848.324 o número total de infetados no país desde o início da pandemia, de acordo com a informação divulgada pelo Ministério da Saúde espanhol.

As autoridades contabilizaram mais 126 mortes com a doença nas últimas 24 horas, aumentando o total de óbitos para 32.688.

Madrid continua a ser a comunidade autónoma com o maior número de novas infeções, tendo adicionado mais 3.152 casos aos números totais de segunda-feira, elevando o total para 258.767.

Deram entrada nos hospitais com a doença nas últimas 24 horas em todo o país 1.262 pessoas, das quais 338 em Madrid, 163 na Andaluzia e 142 na Catalunha.

Em todo o país há 10.645 pessoas hospitalizadas com a doença, das quais 1.585 pacientes em unidades de cuidados intensivos.

O Tribunal Superior de Madrid rejeitou as medidas que restringem a movimentação das pessoas na capital de Espanha, que tinham sido impostas pelo Governo central para lutar contra o aumento dos casos de covid-19.

As novas medidas deverão ser anunciadas pelas autoridades de Madrid antes do início de um fim de semana alargado que termina com o feriado de segunda-feira, em que se comemora o dia nacional de Espanha.

As autoridades receiam que centenas de milhares de madrilenos vão passar o fim de semana fora, depois de a Justiça ter anulado as medidas de restrição da mobilidade do Governo central.

A magistratura defende que as medidas propostas pelo Governo central e aprovadas no órgão de coordenação com as comunidades autónomas na área da Saúde interferem com os direitos e as liberdades fundamentais”.

A decisão do tribunal vem dar razão ao executivo da região de Madrid que implementou no sábado passado, contrariado, as medidas impostas pelo Governo central.

As medidas agora anuladas afetavam 4,5 milhões de habitantes, enquanto as que tinham anteriormente sido adotadas pelo executivo regional apenas atingiam um milhão.

Em Espanha, as autoridades regionais têm competência exclusiva em matéria de saúde e o Governo central não tem o poder de lhes determinar as suas decisões em matéria de saúde.

Mais seis cidades francesas em alerta máximo

Mais seis cidades do leste e norte da França vão passar a partir de sábado a zona de alerta máxima devido à degradação dos indicadores da epidemia de covid-19, anunciou esta quinta-feira o Ministério da Saúde francês.

A classificação de alerta máximo, já em vigor para as cidades de Aix-Marseille (sudeste), Paris e para a ilha de Guadalupe (Antilhas francesas), será agora aplicada a Lyon, Grenoble, Dijon, Saint-Etienne e Lille, e implica o reforço das medidas sanitárias.

Para além dos bares encerrados e de um protocolo sanitário reforçado nos restaurantes, a passagem para zona de alerta máxima significou para Paris o encerramento das feiras, pavilhões e circos, com medidas mais limitadas nos centros comerciais, grandes lojas e anfiteatros universitários, e ainda o encerramento das piscinas aos adultos e as portas fechadas para os ginásios.

A classificação de alerta máximo poderá ainda ser decidida “até segunda-feira” para as cidades de Toulouse (sudoeste) e Montpellier (sul), acrescentou o ministro Olivier Véran na sua conferência de imprensa semanal.

Por sua vez, os hospitais e clínicas da região parisiense devem preparar-se para “uma vaga muito forte” de novos doentes de covid-19, declarou esta quinta-feira à agência noticiosa AFP Aurélien Rousseau, diretor da Agência regional de saúde (ARS).

A partir de manhã desta quinta-feira foi ativado na região parisiense o “plano branco reforçado”, que permite aos estabelecimentos de saúde desprogramam as atividades cirúrgicas.

“Uma decisão pesada”, que “pretende dizer que vamos observar uma vaga muito forte e que é necessário mobilizar todas as forças para a batalha“, preveniu Rousseau. “Não é banal, isto deve alertar cada um para o facto de o impacto hospitalar já está em reanimação e que vai ser muito poderoso sobre os outros serviços de hospitalização”, insistiu.

Na quarta-feira, 2.439 “doentes covid” foram hospitalizados na região parisiense, incluindo 455 nos “cuidados intensivos”, e que totalizam mais de 40% das camas de reanimação da região.

“Nos locais onde circula muito depressa, em particular onde circula entre pessoas idosas, que são as mais vulneráveis, e onde vemos cada vez mais camas ocupadas nas urgências, deveremos dirigir-nos para mais restrições”, preveniu na noite de quarta-feira o Presidente Emmanuel Macron em entrevista às cadeias televisivas TF1 e France 2.

Diversas grandes cidades europeias também estão a adotar medidas similares como Bruxelas onde cafés e bares devem encerrar esta quinta-feira, ou Berlim e Frankfurt, onde foi instaurado o recolher obrigatório.

De acordo com o último balanço, já morreram em França 32.445 pessoas desde o início da pandemia.

Polónia determina máscara obrigatória em público

O uso de máscara em espaços públicos será obrigatório em toda a Polónia a partir de sábado, devido a um aumento recorde no contágio do novo coronavírus, anunciou nesta quinta-feira o primeiro-ministro polaco.

“A segunda onda chegou à nossa casa e devemos enfrentá-la com firmeza”, disse Mateusz Morawiecki aos jornalistas.

O primeiro-ministro polaco explicou que o país inteiro, de 38 milhões de habitantes, seria agora considerado uma “zona amarela”.

A Polónia registou nesta quinta-feira 4.280 contaminações pelo coronavírus e 76 mortes por covid-19, elevando os números gerais deste país para 111 599 casos positivos e 2867 óbitos.

“Temos mais 30% de contágios do que no dia anterior, o que significa que, segundo essa dinâmica, o número de contaminações corre o risco de dobrar a cada três dias”, declarou Mateusz Morawiecki.

O primeiro-ministro sublinhou que, “neste momento, não há necessidade de fazer um confinamento na Polónia, como na primavera”.

A Polónia tem uma reserva de “cerca de 500 ventiladores” e 60% das camas direcionadas para pacientes com covid-19 ainda estão disponíveis, acrescentou Morawiecki, apesar de relatos dos meios de comunicação locais citarem a falta de camas.

A partir de sábado, 38 municípios também serão considerados zonas vermelhas, onde restrições mais rígidas se aplicam a reuniões públicas e familiares.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e sete mil mortos e mais de 36,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

ZAP // Lusa

 

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.