O ministro do Interior italiano e líder da Liga, Matteo Salvini, está a ser investigado devido a suspeitas de utilização indevida de voos pagos pelo Estado enquanto estava a fazer campanha para as eleições europeias agendadas para o próximo dia 26 de maio.
“Após as denúncias, temos que verificar se um avião do Estado foi usado para fazer campanha. Este tipo de investigação não é incomum. Fizemos o mesmo com o antigo primeiro-ministro Matteo Renzi”, declarou o procurador de Lazio, Andrea Lupi, citada pelo jornal britânico The Guardian.
Segundo o jornal italiano La Repubblica, o governante terá utilizado cerca de 20 vezes voos do Estado durante a campanha do seu partido de extrema-direita para as eleições para o Parlamento Europeu. Salvini nega a acusação, garantindo que não cometeu “nenhum abuso ou irregularidade”
“Sou investigado por tudo – sequestro, racismo. Mas penso que os italianos estão satisfeitos com o meu trabalho”, afirmou o ministro do Interior italiano e líder da Liga, citado pela Reuters. “Na história do ministério do Interior, penso até que sou o ministro que está a custar menos ao Estado”, acrescentou.
O jornal italiano destacou ainda o elevado absentismo do governante – que esteve apenas 17 dias no Ministério desde o início do ano, tendo marcado presença em mais de 200 eventos – e a diminuição da sua popularidade, quando faltam cerca de vinte dias para os italianos elegerem 73 dos 751 deputados do Parlamento Europeu.
Esta não é a primeira vez que Salvini está a ser alvo de uma investigação. Em março, o Parlamento italiano bloqueou uma investigação que envolvia o governante italiano por este ter impedido o desembarque em Itália de um navio humanitário de com migrantes resgatados.
As mais recentes sondagens indicam que o partido de extrema direita italiano, a Liga, está a perder apoiantes. De acordo com uma sondagem divulgada pelo jornal “Corriere della Sera”, a Liga contava em abril com 36,9% de intenções de voto, enquanto neste mês são atribuídas ao partido de Salvini 30,9% das intenções de voto.