O ajuste direto acabou por ir para a mesma empresa que não estava a cumprir o que foi estipulado no contrato do concurso público.
A operação de helitransporte médico de emergência, prevista para arrancar a 1 de julho, enfrentou atrasos significativos devido à incapacidade da Gulf Med, empresa vencedora do concurso público internacional, de cumprir o que foi estipulado.
Apesar de ter conquistado o contrato em março e assinado em maio, a empresa maltesa não conseguiu cumprir o prazo, sobretudo devido à dificuldade em contratar cerca de 40 pilotos que falassem português e obter as certificações obrigatórias, refere o Público.
Para colmatar este problema, o INEM lançou a 6 de junho uma consulta preliminar “por imperiosa urgência e necessidade” a 14 empresas, concedendo-lhes apenas quatro dias úteis para responderem se tinham capacidade para assegurar o serviço por um período máximo de quatro meses.
A resposta foi limitada: a Salvavida e a Gesticopter assumiram não conseguir cumprir os requisitos no prazo estipulado, a Avincis só aceitaria um contrato mínimo de 24 meses e a Gulf Med apresentou um plano de implementação progressivo, com três a quatro helicópteros em regime de 12 horas.
Com a oferta da Gulf Med insuficiente, o INEM pediu ajuda à Força Aérea entre 16 e 18 de junho, garantindo meios adicionais para evitar a suspensão do transporte aeromédico. A 26 de junho, foi formalizado um ajuste direto com a Gulf Med, no valor de 11 300 euros por dia por aeronave, para dois helicópteros. O contrato poderá vigorar até um ano.
Atualmente, três helicópteros da Gulf Med operam em regime diurno, enquanto a Força Aérea assegura o transporte noturno com dois aviões e dois helicópteros, além de reforçar o serviço diurno. O quarto helicóptero da Gulf Med deverá entrar em funcionamento em agosto. Esta solução transitória deverá manter-se até final de setembro.
Apesar do reforço, continuam a haver problemas porque as aeronaves militares, como os modelos Merlin EH-101 e Black Hawk, não têm dimensões para aterrar nos seis heliportos hospitalares do país, exceto no Hospital de Braga, recorrendo assim a alternativas como o heliporto municipal de Loulé ou o aeródromo de Pombal.