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Ex-presidente do Boavista suspeito de desviar mais de 10 milhões de euros

(dr) Boavista FC

O presidente do Boavista FC, Vítor Murta.

As autoridades suspeitam que um esquema terá lesado o clube em mais de 150 milhões de euros, com 10 milhões a irem diretamente para o ex-presidente.

A Polícia Judiciária e o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto realizaram esta terça-feira 10 buscas domiciliárias e não domiciliárias no âmbito de uma investigação que envolve o ex-presidente do Boavista, Vítor Murta.

Em causa está um alegado esquema fraudulento que terá deixado a SAD com um buraco financeiro de 156 milhões de euros, dos quais, segundo as autoridades, pelo menos 10 milhões terão sido desviados pelo antigo dirigente.

As buscas decorreram desde as primeiras horas do dia e incluíram o Estádio do Bessa, onde a PJ teve de arrombar a porta principal. Foram apreendidos documentos, material informático e telemóveis, incluindo o de Vítor Murta. Ao todo, foram constituídos seis arguidos, entre os quais o ex-presidente, uma contabilista e dois ex-administradores da SAD boavisteira.

A investigação incide sobre operações realizadas entre 2023 e o final de 2024. O inquérito teve início após alertas de entidades bancárias que detetaram transferências internacionais suspeitas, acompanhadas de depósitos em numerário cuja origem e destino permanecem por esclarecer, refere o Correio da Manhã.

As autoridades acreditam que foi montado um esquema financeiro complexo, recorrendo a contratos de empréstimo cruzados com cláusulas que permitiam exigir o pagamento de dívidas em caso de incumprimento de contratos semelhantes.

Os crimes em investigação são fraude fiscal, frustração de créditos e branqueamento de capitais.

Em comunicado, a Boavista SAD confirmou as suspeitas e declarou-se lesada no processo: “As buscas e a recolha da prova documental resultam da verificação de movimentações bancárias suspeitas nas épocas em questão, tendo sido identificadas numerosas transferências de avultados montantes. Subsistem indícios de que as contas bancárias visadas possam estar a ser utilizadas para a ocultação de fluxos financeiros, bem como para pagamentos e recebimentos em nome da Boavista SAD”.

Além do estádio e da sede da SAD, a PJ realizou buscas ao escritório de advogados associado a Vítor Murta e a uma sociedade de revisores oficiais de contas. O próprio Boavista clube também foi constituído arguido no processo.

Vítor Murta deixou a presidência do Boavista no início deste ano, depois de vários meses de críticas à gestão financeira. Caso se confirmem as suspeitas, este poderá tornar-se um dos maiores escândalos financeiros do futebol português.

ZAP //

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