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Salgado culpa Passos, Bataglia e Sobrinho pela queda do BES

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Manuel de Almeida / Lusa

Ricardo Salgado, ex-presidente do BES

Ricardo Salgado, ex-presidente do BES

“Uma desgraça”, é o que Ricardo Salgado diz sobre a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, lançando também críticas ao governo de Passos Coelho, ao Banco de Portugal e aos empresários Álvaro Sobrinho e Hélder Bataglia pelo descalabro do BES, a que presidiu.

O antigo presidente do BES e ex-líder do Grupo Espírito Santo (GES) não acredita que o Lone Star tenha competência para gerir o Novo Banco. É assim que Ricardo Salgado critica a decisão de vender 75% da instituição que nasceu das cinzas do BES aos Fundo norte-americano, notando que é “uma desgraça”.

Em declarações divulgadas pela TVI e recolhidas à saída do Tribunal Judicial da Comarca de Santarém, onde decorre o pedido de impugnação da contra-ordenação de 4 milhões de euros aplicada pelo Banco de Portugal, Salgado considera que “o banco foi entregue gratuitamente” a uma instituição que diz não conhecer, mas a quem não reconhece “cultura para o desenvolvimento e a manutenção das operações às pequenas e médias empresas portuguesas”.

E “o que está na origem de tudo isto foi a resolução [do BES]”, atira Salgado, notando que “foi um erro monumental do Governo anterior e do Banco de Portugal“, conforme declarações transmitidas pela RTP.

Salgado só assume “erros de julgamento”

Recuando à queda do BES, o ex-banqueiro refere que o banco a que presidiu foi “destruído” pelo governo de Passos Coelho e pelo BdP em conjugação com as directrizes da Comissão Europeia.

“Bruxelas não tem a mais pequena sensibilidade para as necessidades bancárias em Portugal”, considera Salgado que diz que está “a trabalhar para comprovar” que o BES “foi destruído pelo BdP e pelo governo anterior”.

“Não quero com isto dizer que não foram cometidos erros de julgamento durante o período da gestão, mas atravessámos uma crise terrível“, afiança ainda, assumindo muito vagamente a sua quota parte de culpas no descalabro do BES.

Sobrinho e Bataglia estão “milionários”

Salgado comenta também o que define como “fuga monumental de depósitos”, realçando que, no prazo de um ano, o Novo Banco perdeu 21% dos depósitos, 27% do crédito e 46% das receitas de serviços.

“O banco começou a desfazer-se”, critica o ex-banqueiro, frisando que “a maioria” da fuga de depósitos “vinha do BES” e que “foram transferidos para offshores“.

E neste capítulo, não duvida que as responsabilidades são de Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola, e do empresário luso-angolano Hélder Bataglia.

“O banco foi arruinado com a colaboração do senhor Hélder Bataglia”, atira Salgado, frisando que, “segundo a imprensa”, tanto este empresário como Sobrinho estão “multimilionários”, enquanto que “o grupo foi destruído”.

Suíça bloqueou 150 milhões de euros suspeitos

Estas declarações de Salgado surgem depois de a Suíça ter bloqueado 150 milhões de euros de pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro, no contexto do processo de desmantelamento do BES, conforme confirmou o Ministério Público daquele país.

A investigação suíça começou a partir de um pedido de cooperação judicial apresentado pelas autoridades portuguesas, indicou a entidade pública à agência de notícias daquele país, a ATS, citada pela EFE.

A comunicação social suíça publica informações a indicar que as autoridades seguem pistas relacionadas com o ex-director da filial do BES em Angola, de quem têm indícios de lavagem de dinheiro e de outras situações, como a aprovação de créditos a entidades insolventes.

Segundo aquelas informações, o responsável e a sua família ter-se-iam apropriado de 500 milhões de dólares (cerca de 470 milhões de euros).

ZAP //

12 Comments

    • É mesmo. Desde logo começando pelo mais inocente de todos. O acavado silva, que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas. Garantia bem pouco antes do BES ir ao fundo, que ñ senhor! O BES tem mais que fundos. Portanto, isto aconteceu porque houve vários silêncios de conveniência Como os dos financiamentos a partidos, presidenciais, fundações, etc. E o coelhone, caracterizado por subserviência a Bruxelas e evidente inabilidade politica, económica, social, deixou-se ir na onda. Claro que ñ está, nem pode estar isento de graves responsabilidades.

    • drº salgado tinha dentro da sua administração que o ajudaram neste resultado e digo isto que pelo menos dois não vou mencionar nomes fizeram pedidos de levantamentos de bens e as firmas a que estava ligado essas informações sairam com o maximo singilo e pagas por os propios para não levantar suspeitas um estava sentado na mesa de reuniões mesmo ao seu lado se eu bem lembro, que tenha toda a sorte do mundo he o que eu desejo.

      ps: eu fiz essas pesquisas.

  1. Este homem não tem vergonha na cara. Quer fazer os portugueses de parvo. É um criminoso e devia estar preso (c pena de prisão perpétua). Todos são culpados excepto ele. mas neste pa´s de “brandos costumes” nadas lhe vai acontecer e a nossa subserviente comunicação social vai contnuar a dar-lhe palco com entrevistas etc etc. Pouca vergonha!

  2. Vejam lá se não foi a mulher da mulher da limpeza (sem desprimor para quem o faz).
    Já agora, eu vou fazendo asneira atras de asneira ( sei que o faço), mas ninguém me avisa portanto não há problema? Agora a culpa é dos outros pela borrada que faço (mesmo eles tendo alguma culpa no cartório)? Ou seja se ninguém sabe ou descobre eu faço borradas e depois culpo os outros por descobrirem. Tá certo…

  3. O senhor Salgado é que era dono e gerente do Banco e agora culpa os outros pela derrocada do mesmo, anda por aí à solta a viver à grande e com toda a liberdade enquanto deveria passar o resto da vida atrás das grades e bem caladinho, o mal neste país é não haver a devida justiça e depois somos todos nós a pagar as trafulhices destes senhores e por fim os governos a terem que resolver uma situação que não lhes diz directamente respeito.

  4. Só há uma coisa: Falta de coerência e caráter
    Lembram-se ou não!.. a propósito das declarações do eis Exmº Senhor P.R Portuguesa e Senhor P.M. Português de que; um investimento no Bes era muito viável, que os PORTUGUESES o podiam fazer com segurança.
    Ao dizerem isto, deu tempo para sacar o que esses senhores lá tinham.
    É preciso ter lata, levar os PORTUGUESES ao engano.
    Há muitos culpados.
    Apires

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