Os presidentes da Rússia e da Bielorrússia, Vladimir Putin e Alexander Lukashenko, respetivamente, concordaram, na sexta-feira, apoiarem-se mutuamente para lidar com o impacto económico nas economias dos seus países causado pelas sanções internacionais.
Mais especificamente, os líderes dos dois países discutiram a cooperação nos setores financeiro, industrial e agrícola, bem como logística, disse a porta-voz do Governo bielorrusso, Natalia Eismont, citada pela agência de notícias russa TASS.
Os chefes de Estado dos dois países acordaram medidas conjuntas de apoio mútuo no meio da pressão das sanções, incluindo os preços das fontes de energia“, disse Eismont, acrescentando que a Rússia tencionava fornecer ao seu aliado novo equipamento militar.
“Durante as conversações, as partes concentraram-se no desenvolvimento do complexo militar-industrial e na defesa do Estado da União. Em particular, concordaram em fornecer os últimos modelos de equipamento militar russo à Bielorrússia a curto prazo”, disse Eismant, segundo a agência bielorrussa BelTA.
A Bielorrússia, por seu lado, irá aumentar as exportações de maquinaria agrícola, autocarros e outros bens industriais, disse a porta-voz.
No âmbito desta reunião, os líderes russos e bielorrussos concordaram que as delegações de ambos os países vão reunir-se na segunda-feira para tomar decisões com base no acordo entre Putin e Lukashenko, noticiou a TASS.
A Rússia é atualmente o país com mais sanções do mundo, tendo ultrapassado o Irão a Síria e a Coreia do Norte.
Segundo avança uma plataforma que analisa as sanções aplicadas, os países aliados aplicaram um total de 2.778 novas sanções, o que duplicou o número total de sanções aplicadas à Rússia.
Antes da invasão da Ucrânia, a 22 de fevereiro, o país era alvo de 2.754 e passou para 5.530. A maior parte das sanções aplicadas são contra indivíduos, havendo ainda 343 a entidades, como companhias ou agências governamentais.
Antes da invasão da Ucrânia, a Rússia já era alvo de sanções devido à interferência nas eleições norte-americanas de 2016 e aos ataques contra dissidentes políticos tanto no território russo como no estrangeiro.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
ZAP // Lusa