Rui Pinto fala em “tortura psicológica na prisão” (e critica António Costa)

Mário Cruz / Lusa

O alegado pirata informático Rui Pinto criticou este domingo o primeiro-ministro António Costa no Twitter, acusando-o de desvalorizar “as questões de Estado de direito” .

Numa mensagem publicada no Twitter, Rui Pinto acusou António Costa de desvalorizar “as questões de Estado de direito” num país onde, alega, “é exercida tortura psicológica na prisão sobre um cidadão” nacional.

“António Costa desvaloriza as questões de Estado de direito, em relação a um país onde, entre outros, é negado a um detido o contacto com o seu advogado, e onde é exercida tortura psicológica na prisão sobre um cidadão português. São curiosos os meandros das relações entre Estados”, lê-se na publicação de Rui Pinto.

A acusação de Rui Pinto a António Costa surgiu no dia em que uma investigação do jornal Público acusou Portugal de ter “jogado” ao lado da Polónia e Hungria, criticando à porta fechada a proposta de mecanismo para condicionar o fundo de recuperação europeu ao respeito pelo Estado de direito – posição contrária às posições públicas do primeiro-ministro.

Rui Pinto, criador do Football Leaks, está a ser julgado por 90 alegados crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

Além da criação da plataforma Football Leaks, Rui Pinto é também responsável pelo processo Luanda Leaks, em que a empresária angolana Isabel dos Santos é a principal visada.

Encontra-se em liberdade desde o início de agosto depois de ter colaborado com as autoridades e está no programa de proteção de testemunhas.

O julgamento do processo Football Leaks foi suspenso na quarta-feira passada por 14 dias devido à confirmação de um teste com resultado positivo ao novo coronavírus de um familiar de um dos juízes do coletivo.

ZAP //

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