Rui Pinto acusado de 377 crimes por acesso a emails do Benfica. CR7 chamado a depor

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ZAP // Rui Pinto

O pirata informático e criador do Football Leaks foi acusado de crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência e dano agravado. Cristiano Ronaldo é um dos visados e está entre as 138 testemunhas chamadas a depor.

O Ministério Público (MP) acusou Rui Pinto, criador do Football Leaks, de cometer, entre 2016 e 2019, um total de 377 crimes relacionados com o acesso aos emails não só do SL Benfica — entre outros clubes —, mas também da Liga, empresas, advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

Segundo o despacho de acusação, avançado esta sexta-feira pela Sábado e a que a Lusa teve também acesso, estão em causa 202 crimes de acesso ilegítimo, 134 de violação de correspondência, 23 de violação de correspondência agravado e 18 de dano agravado, num total de 377 crimes imputados a Rui Pinto.

A acusação neste novo processo surge a cerca de uma semana de Rui Pinto conhecer a decisão do julgamento do processo Football Leaks, no próximo dia 13, no qual responde por 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.

O hacker terá invadido o sistema informático do SL Benfica e obtido as credenciais dos e-mails de vários funcionários dos encarnados. Rui Pinto terá mesmo conseguido, segundo a acusação, ter acesso aos computadores pessoais do comentador desportivo e diretor de conteúdos da Benfica TV, Pedro Guerra e do ex-assessor jurídico, Paulo Gonçalves. No total, 35 caixas de correio eletrónico terão estado nas mãos do pirata informático, entre as quais as de Rui Costa e Luís Filipe Vieira.

Esta informação terá sido posteriormente passada ao dirigente de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques e publicada, em dezembro desse ano, no blogue Mercado de Benfica.

A investigação vai além desta acusação, com o MP a dar conta da extração de certidão para outro inquérito sobre alegados acessos ao sistema informático e emails de FC Porto, Nacional, Tondela, Câmara de Cascais e ao seu presidente, Carlos Carreiras, a empresa Promovalor — do ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira — e outros escritórios de advogados.

A acusação realça ainda os indícios de acesso informático a clubes e instituições estrangeiras, como Atlético de Madrid, AS Monaco, Vilarreal, Shakhtar Donetsk, FC Barcelona, Manchester City, Real Madrid, Inter Milão, Juventus, Ajax, FIFA, UEFA, Landscape, Sable, Grupo Fosun, King and Wood Mallesons, LIAN Sports & Partners, Rui-Huerta & Crespo Abogados.

Cristiano Ronaldo entre as testemunhas

Entre os vários lesados estará também o capitão da seleção nacional, Cristiano Ronaldo, que é, segundo o Correio da Manhã, uma das 138 testemunhas chamadas a prestar depoimento.

“[Rui Pinto] sabia ao divulgar informações ao ‘Der Spiegel’, adquirida através da caixa de correio do advogado Carlos Osório de Castro, que tais matérias estariam sujeitas a segredo profissional de advogado, e que continham dados que não podia conhecer e que a exposição das mesmas seria vasta a nível mundial”, lê-se na acusação.

A Polícia Judiciária (PJ) acedeu, em 2019, a ficheiros pirateados por Rui Pinto que permitiram concluir que Ronaldo foi um dos alvos do hacker, nomeadamente no caso dos documentos tornados públicos sobre a alegada violação de Kathryn Mayorga, publicados no ano anterior pela revista Der Spiegel.

O jogador chegou mesmo a deslocar-se à PJ a junho de 2019 na qualidade de testemunha, onde deixou claro que os documentos foram obtidos ilegalmente e publicados sem o seu consentimento.

Assistentes no processo e na iminência de pedir uma indemnização por danos reputacionais ao pirata informático estão o Benfica e a Liga de Clubes, bem como a Fidelity — empresa de gestão representada por Isabel dos Santos, vítima central do caso Luanda Leaks, que levou à fuga da empresária para o Dubai.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Foi este ladrão que assaltou e roubou os e-mails do Benfica e depois os vendeu aos ladrões do FCP do Porto Canal, que depois viciaram esses e-mails, e os publicaram nessa estação televisiva. É a perigosa mafia tripeira que está agora a contas com a Justiça.

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