A Polícia Judiciária (PJ) acedeu a ficheiros pirateados por Rui Pinto que permitiram concluir que Cristiano Ronaldo foi um dos alvos do hacker, nomeadamente no caso dos documentos tornados públicos sobre a alegada violação de Kathryn Mayorga, publicados no ano passado pela revista Der Spiegel.
Como noticiou esta segunda-feira a revista Sábado, este o motivo levou a que o jogador tivesse que se deslocar à PJ no passado mês de junho, por altura da Liga das Nações, na qualidade de testemunha.
O jogador deixou claro que os documentos foram obtidos ilegalmente e publicados sem o seu consentimento, o que permite agora ao Ministério Público abrir um novo processo contra Rui Pinto. Um processo no qual Cristiano Ronaldo, como vítima, pode constituir-se assistente e pedir uma indemnização pelos danos causado à sua imagem.
Segundo o Observador, a audição de Cristiano Ronaldo na sede da PJ, em Lisboa, foi realizada de forma discreta para não atrair atenções.
Rui Pinto, detido desde março, está a ser investigado por alegados crimes de tentativa de extorsão, acesso ilegítimo, violação de segredo e ofensa à pessoa coletiva, por ter acedido aos sistemas informáticos do fundo Doyen Sports, mas também terá acedido aos sistemas de clubes de futebol portugueses e internacionais, de advogados e de jogadores.
A investigação a Rui Pinto tem incluído audições com várias outras das alegadas vítimas do hacker – que incluem elementos do DCIAP, de escritórios de advogados e da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
O Ministério Público queria que o processo fosse considerado de especial complexidade e que o prazo da investigação fosse alargado em seis meses, para permitir a recolha de provas – que está a ser lenta, devido à dificuldade em desencriptar a informação dos computadores apreendidos a Rui Pinto. Porém, o juiz decidiu não aceitar este pedido.