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Jovens juntam-se para apresentar ao Governo soluções para a saúde assentes em 5 eixos

A Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde apresentou à ministra da saúde, Ana Paula Martins, uma estratégia para resolver os problemas do setor e solicita ao Governo que assuma a implementação progressiva das medidas entre 2025 e 2028.

Nove entidades representativas acabam de lançar o Plano de Motivação e Valorização, um documento estratégico que visa responder aos desafios estruturais que afetam milhares de jovens que exercem funções na área da saúde em Portugal.

O plano foi apresentado à Ministra da Saúde na tarde desta segunda-feira, numa reunião agendada para discutir as propostas prioritárias do setor jovem e profissional.

O documento identifica desafios críticos como a precariedade contratual, a ausência de progressão nas carreiras, os níveis alarmantes de stress e burnout e a emigração crescente de profissionais qualificados.

Num comunicado enviado ao ZAP, a Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde, que agrega as nove entidades, relembra que, apenas 10% dos jovens se declaram satisfeitos com as suas condições de trabalho e mais de 60% referem que os seus horários não permitem uma articulação aceitável entre vida pessoal e profissional.

Este plano é, antes de mais, uma exigência de responsabilidade coletiva. Os jovens profissionais de saúde continuam a entrar no sistema com uma forte vocação e sentido de missão, mas rapidamente se deparam com um cenário de desvalorização e instabilidade. Não podemos continuar a formar talento para exportar ou esgotar”, explica Lucas Chambel, representante da Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde, citada no comunicado.

Soluções organizadas em 5 eixos

Para responder aos problemas, o plano propõe soluções organizadas em cinco eixos de intervenção:

  • carreiras, remuneração e condições contratuais;
  • planeamento estratégico e gestão de recursos humanos;
  • formação contínua e desenvolvimento profissional;
  • bem-estar, saúde mental e conciliação da vida pessoal-profissional;
  • transdisciplinaridade, inovação e participação.

“Este documento apresenta soluções concretas, realistas e baseadas em evidência. Queremos que seja um ponto de viragem na forma como o país cuida de quem cuida. Acreditamos que a Ministra da Saúde reconhecerá esta oportunidade de compromisso com uma nova geração que está pronta para construir o futuro do SNS”, continua.

O documento prevê, entre outras medidas, a criação e reformulação das carreiras e grelhas salariais, incentivos para a fixação em zonas carenciadas com majoração salarial de pelo menos 40% durante os primeiros cinco anos de colocação, criação de programas de prevenção do burnout e de promoção do bem-estar laboral, implementação de um projeto-piloto de organização de horários mais sustentáveis e criação de equipas transdisciplinares no SNS.

“Estamos perante uma geração de profissionais altamente qualificados, motivados e com um forte sentido de missão, mas que enfrenta obstáculos inaceitáveis no início da sua carreira”, diz Lucas Chambel.

“Este plano é uma chamada de atenção e, acima de tudo, uma proposta de ação concreta para garantir um sistema de saúde mais justo, sustentável e centrado nas pessoas: profissionais e utentes”, conclui.

A Plataforma reitera o seu compromisso com o diálogo construtivo e solicita ao Governo que assuma a implementação progressiva das medidas entre 2025 e 2028, com a criação de uma estrutura técnica de acompanhamento e um painel público de indicadores de monitorização.

ZAP //

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