MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA
Jorge Costa morreu aos 53 anos, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória, no Porto.
Antigo capitão portista sentiu-se mal no Olival e seguiu para o Hospital de São João, após dar uma entrevista, mas acabou por não resistir. Tinha 53 anos.
O futebol português está de luto. Jorge Costa, atual diretor de futebol do FC Porto e antigo internacional português, sofreu esta terça-feira uma paragem cardiorrespiratória e acabou por morrer, indicou o Hospital de São João.
Jorge Costa “entrou em paragem cardiorrespiratória na sala de emergência”, depois de se sentir mal durante a tarde, no centro de treinos dos dragões, no Olival.
O episódio terá tido lugar pouco depois de uma entrevista à SportTV, que segundo o Correio da Manhã ocorreu no interior das instalações a pedido do próprio, devido ao calor intenso. O ex-jogador, de 53 anos, foi imediatamente assistido pela equipa médica do FC Porto, tendo sido utilizado um desfibrilhador no local.
Jorge Costa foi transportado numa Viatura Médica de Emergência e Reanimação para o Hospital de São João, no Porto, onde se encontrava inicialmente internado em estado muito grave, mas acabou por não resistir.
O ex-jogador, que regressou à estrutura portista já tinha antecedentes cardíacos: em 2022, sofreu um enfarte, antes de integrar a estrutura diretiva dos dragões. Nessa altura, foi submetido a um cateterismo.
Figura incontornável do futebol português e eterno camisa ‘2’ dos dragões, o defesa-central portuense deu os primeiros passos no Foz, antes de seguir para o FC Porto, onde, depois de empréstimos ao Penafiel e Marítimo, foi líder dentro e fora das quatro linhas, sendo peça fundamental na conquista portista da Liga dos Campeões, com José Mourinho no comando.
Depois de 13 épocas e 384 jogos de dragão ao peito — com uma pequena passagem pelo meio pelos ingleses do Charlton Athletic — o oitavo jogador com mais jogos pelo clube terminou a carreira na Bélgica, no Standard Liège.
O ‘Bicho’, como era conhecido graças à sua agressividade e intensidade constante no relvado, era o terceiro jogador mais titulado da história azul e branca, com 21 títulos, incluindo uma Taça UEFA, uma Taça Intercontinental, oito vezes a I Liga, cinco a Taça de Portugal e cinco a Supertaça.
Jogou 50 vezes pela Seleção Nacional, tendo apontado 2 golos. De quinas ao peito, foi um dos vencedores do Mundial sub-20 de 1991.
José Mourinho elogiou várias vezes a capacidade de liderança de Jorge Costa, tendo partilhado, há 5 anos, uma história sobre o eterno capitão portista que o evidencia.
“Um dia estávamos a perder 2-0 ao intervalo [na verdade, o FC Porto perdia por 1-0] contra o Belenenses. Estava a fumegar e, a caminho do balneário, o Jorge Costa disse-me: ‘espere lá fora dois minutos, por favor'”, recorda o ‘Special One’. “Entrou, fechou a porta e fez o trabalho sujo por mim. Depois abriu a porta e disse-me: ‘treina-nos’. Fez lá dentro tudo o que eu faria. Ganhámos 3-2. Ele nunca tinha marcado golos. Marcou 2.”
Morreu? Enterra-se!