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Rio faz depender desconfinamento de indicadores (e não da data). Mas plano “já podia e já devia” existir

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Mário Cruz / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

O presidente do PSD, Rui Rio, voltou esta terça-feira a fazer depender o desconfinamento do país de indicadores a definir pelos cientistas, “independentemente de ser Páscoa ou não, de ser em março ou em abril”.

No final de uma reunião com o Fórum para a Competitividade, na sede nacional do PSD, em Lisboa, Rio foi questionado sobre a promessa do primeiro-ministro, António Costa, de apresentar um plano para o desconfinamento em 11 de março.

Admitindo que este plano “já podia e já devia” existir, Rio elencou alguns dos indicadores que deverão ser pesados como base do descofinamento, como o número de internados em cuidados intensivos ou o de novos casos (desde que se mantenham níveis de testagem altos).

Os políticos têm de ter o conforto da ciência, não sou que vou dizer que número temos de atingir”, disse.

O presidente do PSD apelou a que, na Páscoa, se possa “fazer o que se aprendeu com o Natal”, sem considerar que deva ser esta data – ou qualquer outra – a definir um plano de desconfinamento.

“O que está em causa é se o país tem indicadores para poder desconfinar ou não, independentemente de ser Páscoa ou não, independentemente de estarmos em março ou em abril”, defendeu.

Na terça-feira, o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, admitiu que foram cometidos erros desde o início da pandemia e defendeu que até à Páscoa “as coisas devem ficar como estão”. “A Páscoa, como o Natal, são sempre épocas de fluxos de grande mobilização social. Devemos evitá-los (…) Nesta fase, as coisas devem ficar como estão neste momento”, disse.

Relativamente ao Natal, Rio admitiu que se o país tivesse confinado “um pouco antes”, o aumento de casos não teria tido a mesma dimensão. “E já podíamos estar a desconfinar. Não vamos repetir o erro“, apelou.

No dia em que se assinala um ano do primeiro caso de infeção com o novo coronavírus diagnosticado no país e desafiado a fazer um balanço da atuação do Governo, Rui Rio considerou que “o melhor é fazer o balanço no fim”.

“O Governo cometeu diversos erros, normais no princípio, e numa fase posterior menos aceitáveis. Mais do que isto é difícil dizer”, afirmou o líder do PSD, partido que tem votado ao lado do PS a favor de todos os estados de emergência no âmbito da pandemia.

Segundo Rio, citado pelo jornal ECO, ao contrário do que aconteceu em março passado, quando ainda “não havia know-how para agir da melhor maneira” perante esta crise de saúde pública, existiram “erros menos aceitáveis” a partir de “junho”, altura em que já existia “algum conhecimento” acerca da doença.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.539.505 mortos, resultantes de mais de 114,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.351 pessoas dos 804.956 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS).

ZAP // Lusa

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