Representantes de médicos e enfermeiros elogiaram as medidas de reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciadas pelo Governo para combater a covid-19, defendendo, contudo, que estas chegam demasiado tarde, quando o número de novos casos disparou.
Segundo noticiou no domingo o Público, o número de infetados diminuiu após três dias consecutivos em que foi superior a quatro mil por dia. Os internamentos ultrapassaram pela primeira vez a barreira dos dois mil (2122), registaram-se 37 mortes e 284 pacientes nos cuidados intensivos (UCI).
No sábado, o Governo anunciou a contratação de enfermeiros reformados para rastreio de contactos, avançando ainda que a linha SNS 24 passará a emitir diretamente as declarações para isolamento profilático.
“Esta é uma medida muito importante”, disse o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, frisando que os médicos de família estão “exaustos”.
Esta medida foi também aplaudida pelo presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, que defendeu, contudo, que é necessário garantir que os profissionais da linha SNS 24 tenham competência para a tarefa. Ambos defenderam que as medidas já deviam ter avançado há muito tempo.
Para reforçar as UCI, o Governo anunciou a contratação de 350 enfermeiros e um aumento as camas de cuidados intensivos. Sobre estas medidas, que considera positivas, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, apontou também que chegam “demasiado tarde”.
O anúncio de todas as medidas referidas, continuou o responsável, evidencia “o desespero do Governo” perante uma situação que “é caótica”.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, tem dúvidas sobre a viabilidade de contratação de um tão elevado número de profissionais para as UCI.
Coronavírus / Covid-19
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