Putin está a criar misteriosos exércitos privados para o proteger contra o Grupo Wagner

Vladimir Putin estará a formar uma rede de empresas militares privadas, ou “empresas especiais”, em toda a Rússia, como medida de proteção contra potenciais ameaças internas e golpes de Estado.

O presidente Russo, Vladimir Putin, estará a formar uma rede de misteriosas “empresas especiais”, em diversas regiões do território russo.

Segundo explicou o presidente do comité de defesa da Duma, Andrey Kartapolov, o objetivo desta rede de empresas militares privadas é precaver futuras tentativas de rebelião.

A medida de Putin surge após a recente revolta do grupo paramilitar Wagner, que revelou vulnerabilidades nas defesas de Putin — e que, nas primeiras horas, terá ficado “paralisado e incapaz de agir”.

Em junho, os combatentes do grupo Wagner, liderados por Yevgeny Prigozhin, conquistaram facilmente a cidade estratégica de Rostov-on-Don, avançando em direção a Moscovo — que só parou a 200km de Moscovo, depois de ter sido alcançado um acordo com o Kremlin, que terminou a rebelião.

Em resposta, Vladimir Putin iniciou uma purga para eliminar possíveis traidores dentro do exército russo, e tem-se mostrado cada vez mais cauteloso em relação a potenciais ameaças à sua liderança.

Segundo o Insider, no novo plano estratégico de Putin, as “milícias especiais” serão armadas pelo Ministério da Defesa russo e comandadas pelos governadores regionais, que receberão ordens diretamente de Putin.

A missão destas milícias inclui a proteção das fronteiras estaduais, o combate a grupos armados ilícitos a a ações sabotagem e espionagem estrangeiras, bem como a supressão de ameaças internas.

Embora a relação exata entre estas milícias e outras entidades militares e de inteligência permaneça incerta, Nikolai Sokov, ex-funcionário do Kremlin citado pelo Insider, acredita que esta estratégia se destina a reforçar as defesas de Putin.

Uma função adicional das milícias será garantir a proteção de infraestruturas locais contra ataques internos, uma missão que se revela particularmente oportuna após a recente série de ataques de drones ucranianos em cidades russas que parece estar a levar a guerra a Moscovo.

Relatórios de inteligência recentes sugerem que a invasão russa mal-sucedida da Ucrânia mostrou que o poder de Putin pode ser menos sólido do que se acreditava anteriormente — e que quaisquer novos fracassos significativos na Ucrânia poderiam resultar na destituição de Putin do poder.