Tanques nas ruas da Rússia. Wagner controla Rostov e ameaça Moscovo

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Tensão visível nas ruas de Rostov e da capital Moscovo. Putin admite situação difícil, Prigozhin garante que vai “até ao fim”.

A ameaça do líder do Grupo Wagner está a ser encarada “a sério” pelo Kremlin já fez mexer o exército russo.

Yevgeny Prigozhin convocou todos os russos a “marchar pela justiça” para “acabar com a confusão” na Rússia.

O líder do grupo paramilitar assegurou que este movimento não é um golpe militar, mas avisou: “Somos 25 mil e vamos determinar por que é que reina o caos no país. As nossas reservas estratégicas são todo o exército e todo o país“.

Mais tarde, Prigozhin, anunciou que o seu exército privado já entrou na Rússia: cruzou a fronteira na região do Rostov, sul do país.

E avisou que está disposto a “ir até ao fim” nesta marcha: “Cruzámos a fronteira estatal em todos os locais. Os guardas-fronteiriços saíram e abraçaram os nossos combatentes. Agora entrámos em Rostov”

Tudo que seja colocado no caminho do Grupo Wagner “vai ser destruído”, reforçou.

Já há imagens de tanques nas ruas. É a ‘Operação Fortaleza’ do Kremlin a ser activada, sobretudo em Rostov, avança o portal 161.ru.

Há tanques e militares nas ruas de Rostov. As ruas são bloqueadas, os carros são verificados pelos militares, e helicópteros militares levantaram voo “para garantir a segurança dos residentes”.

A cidade já estará a ser controlada pelo grupo paramilitar e já foram ouvidas duas explosões e sons de tiros na cidade-chave do sul da Rússia.

Além de Rostov, também Voronezh já será controlada pelo Grupo Wagner, pelo menos parcialmente. A BBC avança que bases militares importantes estarão a ser controladas pelo grupo.

Moscovo

A segurança na capital Moscovo foi reforçada; as forças armadas russas estarão prontas para um combate no terreno com o Grupo Wagner, que estará a caminho da capital – que será o foco do grupo.

Em Moscovo, há relatos que indicam que todas as entradas e saídas do edifício do Ministério do Interior estão bloqueadas. Há veículos militares espalhados pela capital.

Na capital foram entretanto accionadas “actividades anti-terroristas”, anunciou o presidente da Câmara Municipal da capital da Rússia.

Mas alguns serviços de segurança russos terão ficado “passivos” perante a rebelião do Wagner, segundo o ministério da Defesa britânico.

Adivinha-se guerra civil e o canal televisivo público Russia 1 interrompeu mesmo a sua programação normal para dar conta desta “emergência”.

“Motim armado”

Os serviços de segurança da Rússia acusaram o chefe do Grupo Wagner de incitar à guerra civil ao apelar a uma rebelião contra o estado-maior, e exortou os seus homens a desobedecerem-lhe e procederem à sua detenção.

Os serviços estão a investigar Yevgeny Prigozhin porque consideram que o visado está a convocar um “motim armado”.

Sergueï Surovikin, influente general russo, apelou aos combatentes do grupo a “pararem” e regressarem às suas casernas “antes que seja tarde demais”.

Vladimir Putin está a ser “continuamente informado” da situação e sobre as medidas necessárias, assegurou o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov.

Entretanto, na Ucrânia

Enquanto duas colunas militares com mercenários se dirigiam para a Rússia, já há uma consequência tangível no conflito com a Ucrânia.

Durante a madrugada de sábado, as operações ucranianas intensificaram-se mesmo em Bakhmut, cidade-chave neste conflito.

O jornal El Mundo acrescenta que os militares ucranianos também começaram e entrar em zonas do Oeste do Donbass. Penetraram em “algumas ruas” e conseguiram capturar russos.

A Ucrânia acaba por ser ajudada pelo Grupo Wagner que, entre outros ataques, já derrubou três helicópteros da Força Aérea da Rússia.

Haverá esperança entre a população ucraniana, que acredita que esta “marcha” – que Prigozhin assegura que não é um golpe militar e que Putin garante que não vai originar guerra civil – é uma boa oportunidade para o regime de Vladimir Putin cair e a guerra acabar em breve.

(artigo actualizado às 14h04)

ZAP // Lusa

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