Teoria mórbida: Putin está doente e já ultrapassou a esperança média de vida na Rússia

(h) RIA Novosti

Presidente completa 70 anos em Outubro. Em média os russos não passam dos 68 anos. E terá problemas de saúde.

Vladimir Putin. Não há que escapar a estes dois nomes, quando se fala sobre a invasão russa à Ucrânia.

Foi Putin quem avisou que passou a reconhecer a soberania das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e que, por isso, enviou militares para “manter a paz”.

Foi Putin quem, ainda antes das 6 horas da manhã em Moscovo, anunciou que os militares russos iriam invadir a Ucrânia para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.

Uma guerra que caminha para ser a mais complicada, duradoura e mortífera na Europa desde 1945, ano em que terminou a II Guerra Mundial.

E muitas pessoas fazem a pergunta: porquê? Porque Putin tomou esta iniciativa, que nem passava pela imaginação de muitos europeus?

Putin avança mesmo

O presidente da Rússia pode ter sido subestimado, desvalorizado. Ou seja, muitos políticos – e não só – terão pensado que, apesar do clima tenso entre Rússia e Ucrânia que se intensifica há oito anos, Putin nunca iria além de ameaças, palavras.

Mas foi. Quando se fala sobre Vladimir Putin, é melhor esperar o inesperado, reforça o portal news.com.au. Seja por princípios, seja por interesses. Ou algo mais (já lá vamos).

Aliás, esse aviso é reforçado nesta semana: o líder da Rússia pode mesmo avançar com submarinos nucleares e com mísseis balísticos intercontinentais.

O portal australiano prolonga a questão das armas nucleares, questionando se Putin chegará mesmo a esse ponto.

“Ele mudou ao longo dos últimos 30 anos. Parece que está completamente desligado da realidade. Parece um desequilibrado“, analisou Michael McFaul, que foi embaixador dos Estados Unidos da América na Rússia.

Não é louco. É um “rato encurralado”

Putin pode não estar “louco”, como muita gente comenta. Pode é sentir-se desesperado. E não gosta de se sentir um “rato encurralado”, seguindo um episódio de infância que o próprio presidente russo contou (quando era ele quem estava atrás de um rato mas o animal, sentindo-se encurralado, passou a atacar a criança Vladimir, que fugiu).

Por isso, avançou para a “maior jogada” da sua vida.

Uma jogada que traz dois tipos de medo: o de parecer fraco – algo que Putin não suporta – se recuar neste conflito; e o medo de a situação na Rússia piorar muito se este conflito se prolongar.

“E é isso que faz com que este momento seja perigoso”, avisou Joshua Tucker, especialista em assuntos da política russa.

Há outro perigo: Vladimir Putin pode estar a acreditar na sua própria propaganda – o alegado terror na Ucrânia, as justificações para as soberanias de Donetsk e Lugansk, as ofensas directas a Volodymyr Zelensky…

E, como à sua volta, ninguém se atreve a contrariá-lo, Putin fica (ainda) mais seguro das suas decisões.

Teorias sobre o ser humano Putin

Olhando mais para o ser humano Putin, deixando de lado as suas funções, “para muita gente é bastante óbvio que algo está errado com ele“, de acordo com o presidente do Comité de Inteligência dos EUA, Marco Rubio, que acha que o presidente russo não reagiria da mesma forma há cinco anos.

O especialista Mark Galeotti repetiu a ideia do antigo embaixador Michael McFaul, escrevendo que Putin está “verdadeiramente desligado da realidade” e isso é uma “tragédia”.

E ainda há outra teoria: a sua saúde.

Fiona Hill, que escreveu um livro sobre Vladimir Putin, acha que o presidente da Rússia “não está tão bem” como estava, até há uns anos.

“Tem o rosto inchado. Sabemos que ele se queixou de problemas nas costas. Mesmo que seja só isso, pode estar a tomar doses altas de esteróides. Ou pode ser algo mais. Fico com a ideia de que ele tem urgência neste ataque, sendo também impulsionado por factores pessoais“, comentou Hill, ao jornal Politico.

E a sua idade também entra em eventuais análises: Vladimir Putin tem 69 anos, completa 70 ainda neste ano, em Outubro – e a esperança média de vida de um homem, na Rússia, é de pouco mais de 68 anos.