Macron também confiante. Rússia diz que contactos entre europeus e Trump são insignificantes – enquanto intensifica ataques.
A cimeira de sexta-feira entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, vai realizar-se na base militar de Elmendorf-Richardson, em Anchorage, no Alasca, anunciou a Casa Branca.
O enclave militar localizada no norte de Anchorage é considerada o único local no Alasca que cumpre os requisitos de segurança para uma reunião da magnitude da que vai ocorrer na sexta-feira.
Volodymyr Zelenskyy espera que essa reunião leve a um cessar-fogo na guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “Falámos sobre a reunião no Alasca e esperamos que haja um cessar-fogo”, disse Zelenskyy, após a videoconferência que teve com o chanceler alemão, Friedrich Merz, e Trump, diálogo que ocorreu depois de líderes europeus também terem participado numa reunião virtual.
Esses líderes europeus são “pessoas maravilhosas”, disse o presidente dos EUA. “Vou falar com os líderes europeus daqui a pouco. São pessoas maravilhosas que querem chegar a um acordo”, escreveu Trump nas redes sociais.
Além de Zelenskyy e Trump, participarão também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
Emmanuel Macron também está confiante. O presidente de França já falou com Donald Trump e, depois dessa conversa, afirmou que a vontade dos Estados Unidos “é obter um cessar-fogo” na Ucrânia.
“Questões territoriais que recaem sobre a jurisdição da Ucrânia não podem ser negociadas; serão negociadas apenas pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy”, acrescentou o chefe de Estado francês.
“Não há planos sérios de troca territorial sobre a mesa hoje”, assegurou Macron.
“Insignificante”
A Rússia desvalorizou estas consultas dos líderes europeus com Donald Trump para tentar convencer o presidente dos Estados Unidos a defender os interesses da Ucrânia durante a reunião com Vladimir Putin.
“Consideramos que as consultas solicitadas pelos europeus são uma ação política e praticamente insignificantes”, disse o vice-diretor da informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Alexei Fadeyev.
Alexei Fadeyev acusou a União Europeia de sabotar os esforços da Rússia e dos Estados Unidos para resolver a crise na Ucrânia, invadida por tropas russas em fevereiro de 2022.
“Verbalmente, os europeus apoiam os esforços diplomáticos de Washington e Moscovo para resolver a crise ucraniana, mas na realidade a União Europeia está a sabotá-los”, afirmou, sem precisar.
Segundo Fadeyev, a reunião do Alasca “deverá permitir que os líderes se concentrem na resolução de todos os problemas acumulados, começando pela crise ucraniana e terminando nos obstáculos que impedem o normal funcionamento do diálogo bilateral”.
Quanto a uma possível “troca de territórios” com a Ucrânia no âmbito das negociações de paz, Fadeyev afirmou que “a estrutura territorial da Federação Russa está consagrada na Constituição”, numa clara recusa de Moscovo em discutir a questão.
“Por isso, os objetivos da delegação russa nas negociações no Alasca serão ditados exclusivamente pelos interesses nacionais“, afirmou.
Fadeyev anunciou ainda que o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, vai participar no encontro entre Putin e Trump no Alasca.
Maior avanço em mais de um ano
Entretanto, a Rússia intensificou as operações na Ucrânia, onde fez um avanço recorde em mais de um ano.
As forças russas capturaram duas localidades a nordeste da cidade de Pokrovsk, um importante centro logístico para Donetsk, anunciou o Ministério da Defesa russo.
Segundo uma análise da agência de notícias France-Presse (AFP) a dados do instituto norte-americano para o Estudo da Guerra (ISW), as forças russas fizeram na terça-feira o maior avanço em 24 horas desde há mais de um ano.
A Rússia reivindicou ter conquistado mais 110 quilómetros quadrados até terça-feira do que no dia anterior, algo que não acontecia desde o final de maio de 2024.
Nas últimas semanas, eram normalmente necessários seis dias para fazer tal progresso, de acordo com a AFP.
ZAP // Lusa
Guerra na Ucrânia
-
13 Agosto, 2025 Zelenskyy espera cessar-fogo após encontro entre Trump e Putin. Líderes europeus são “maravilhosos”, diz Trump
-
11 Agosto, 2025 Encontro Trump-Putin traz três riscos