/

Presidente voltou à rua, mas com cuidados. “Só não a abraço porque senão mato-a”

1

Rodrigo Antunes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a visita ao mercado Municipal da Ericeira

O Presidente da República voltou, este domingo, a um convívio mais próximo com os cidadãos, mas com cuidados, no mercado e nas ruas da Ericeira, onde tirou aquilo a que chamou “selfie do vírus”.

Acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Mafra, Hélder Sousa Silva, Marcelo Rebelo de Sousa andou quase sempre de máscara e, quando abordado com pedidos de beijos ou abraços, procurou evitar o contacto físico para prevenir a propagação da covid-19, abrindo exceção para cumprimentos com o cotovelo.

“Ó senhora Fernanda, eu só não a abraço porque senão mato-a“, justificou-se o chefe de Estado, na Praça da República, perante “a peixeira mais antiga” da vila, como a apresentou Hélder Sousa Silva, enquanto esta gritava que “a Ericeira é linda”.

Dirigindo-se para outra mulher que se aproximou para o beijar, o Presidente da República advertiu: “Não podemos, não podemos”. A mulher desculpou-se, dizendo: “Pensei que já pudéssemos”.

No mercado municipal, onde fez sucessivas “compras rápidas e incisivas”, de pão, frutos secos, legumes e peixe, com paragens em praticamente todas as bancas, o chefe de Estado retomou as selfies, embora com maior distanciamento, comentando: “É a nova modalidade de selfies, é a selfie do vírus, da pandemia“.

Uma das fotografias foi mais simbólica, com uma mulher de uma família cigana da Ericeira, que afirmou ter feito esse pedido “contra o racismo”, acrescentando: “Aqui na Ericeira não há racismo, graças a Deus, aqui todos somos estimados por todos. Obrigada, senhor Presidente”.

A mulher contou ao chefe de Estado que tem um filho cientista e Marcelo Rebelo de Sousa assinalou depois que já há “para lá de uma centena de mulheres, mas também há muitos homens, com posições como o filho desta senhora, quadros de investigação”, o que considerou “muito bom sinal”.

Mais à frente, uma vendedora lamentou não poder dar-lhe um beijinho, e o Presidente da República retorquiu: “E eu? E abraçar esse corpinho? Eu vou tirar uma selfie, ponham-se aí atrás. Na próxima vez beijo-a”, prometeu.

Do mercado, Marcelo Rebelo de Sousa foi a pé até junto da Praia dos Pescadores e no caminho pôs-se na fila para os pastéis de nata do “Pãozinho das Marias”, exemplificando a seguir perante uma pequena multidão “como se come com máscara”.

“Primeiro desinfeta-se e agora come-se com máscara, vai-se buscar o pastel, seca-se a mão, tira-se o pastelzinho – por acaso é dos que eu gosto, queimadinhos – e agora observem”, declarou, levantando ligeiramente a máscara para colocar o doce na boca.

Junto à praia, à frente da “Tasquinha do Joy”, o Presidente da República teve um pequeno descuido nas regras sanitárias ao aceitar um copo de cerveja com o qual brindou com um grupo de motociclistas vindos de Cascais, para logo depois exclamar: “Não é permitido ainda fazer isto”. “É só desta vez, senhor Presidente”, responderam-lhe.

No final desta visita, Marcelo Rebelo de Sousa confidenciou ao presidente da Câmara Municipal de Mafra que está com saudades de nadar e que teve entretanto “uma ideia maluca” para o dia 6 de junho, em que as praias deverão reabrir.

“Eu mergulho primeiro em Cascais e vinha à Ericeira mais ou menos pela hora do almoço dar um mergulho e depois almoçávamos. Digamos que é troca por troca: eu dou o mergulho e dão-me o almoço”, propôs. Hélder Sousa Silva aceitou de imediato: “Está feita a troca”.

O Presidente da República adiantou que está a pensar, “nesse dia, se tiver bom tempo, ir mergulhar logo a seguir à meia-noite, na primeira hora do dia”, em Cascais, para evitar ajuntamentos.

E para o verão já pensou “num esquema com pescadores amigos”, que é alugar-lhes um barco a remos para ir nadar mais longe do areal.

Questionado pelos jornalistas se se imagina a fazer campanha de máscara e sem poder contactar de perto com as pessoas, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que a campanha para as Presidenciais de 2021 estará “em décimo lugar” na lista de preocupações dos portugueses, ainda sem dar como certa a sua recandidatura.

“Eu não sei ainda se serei candidato, decidirei oportunamente“, disse.

// Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

1 Comment

  1. Que frase “infeliz” proferida por o nosso Marcelo Nacional, claro !!!!….. logo bem evidenciada para ilustrar o Artigo !………Não só ia causando un medo desnecessário a Icónica peixeira, como se declarou altamente contagioso, e nesse caso deveria estar em quarentena obrigatória !….Ai …Marcelo Marcelo ….!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.