Tiago Petinga / Lusa
O polémico contrato dos helicópteros terá sido uma das razões para Vítor Almeida recuar e não assumir temporariamente a chefia do INEM.
Vítor Almeida, o médico que ia assumir as rédeas do INEM, nem sequer vai chegar a assumir o cargo. De acordo com o JN, o recuo deve-se a uma divergência com o Ministério da Saúde sobre as condições exigidas pelo clínico que iria substituir Luís Meira nas chefias dos serviços de emergência médica.
Esta decisão surge depois de já ser conhecido há vários anos o desejo de Vítor Almeida de liderar o INEM, tendo concorrido nos últimos três concursos para o cargo. O Ministério da Saúde acabou por o escolher a 3 de julho para assumir as chefias do INEM durante 60 dias, até à conclusão de um novo concurso, mas a sua formalização oficial acabou por não acontecer.
Segundo o JN, um dos motivos do choque de Vítor Almeida com o Ministério da Saúde centra-se no contrato referente aos helicópteros de emergência, que foi também a razão que levou à saída do seu antecessor, Luís Meira.
O contrato em causa tem gerado polémica depois de um aviso do Tribunal de Contas, que alertou que não o voltará a aprovar devido ao uso indevido do ajuste direto em vez do concurso público. Recorde-se que o INEM já tinha assinado um contrato semelhante para o uso dos helicópteros entre janeiro e junho deste ano, também por ajuste direto, no valor de 12 milhões de euros.
O JN refere ainda que a reforma que a tutela quer fazer no INEM também terão motivado a saída de Vítor Almeida, depois de a ministra já ter indicado que pretende “refundar” o INEM.
Segundo o Público, a ministra Ana Paula Martins já escolheu o substituto de Vítor Almeida — o tenente-coronel médico Sérgio Janeiro, atual diretor do serviço de Medicina Interna do Hospital das Forças Armadas
Sérgio Janeiro é o segundo militar que a ministra chama para liderar as instituições sob a sua tutela, após ter escolhido António Gandra d’Almeida, outro tenente-coronel médico, para chefiar a Direção Executiva do Serviço Nacional da Saúde (SNS).
