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“O medo vai sempre existir”. Um dos poucos países sem covid-19 autoriza regresso de 143 cidadãos

Palau, que tem mais de 500 ilhas e cerca de 18 mil habitantes, é um dos poucos lugares do mundo onde não foram registados casos de covid-19. Agora, o país vai permitir que 143 cidadãos que estão no estrangeiro regressem a casa.

Palau encerrou as suas fornteiras a 22 de março, o que terá ajudado a travar a propagação de covid-19 que, até hoje, não foi registava no país. No entanto, há 143 cidadãos que ainda se encontram no estrangeiro e que não podem regressar até se voltarem a abrir as fronteiras.

O Presidente de Palau, Tommy Rememgesau, avançou com a decisão de autorizar o regresso dos cidadãos, uma decisão que não foi pacífica entre a população do país. Várias pessoas questionaram a decisão do presidente, argumentando que isto põe em causa a vida das 18 mil pessoas que vivem em Palau, em comparação com apenas 143 cidadãos presos no exterior.

De acordo com o jornal Tapei Times, Rememgesau disse aos deputados que o país tem a responsabilidade de o fazer. “É uma questão de minimizar o risco e fazer um esforço concertado, e, espero, apoiado por todos em Palau, embora tenhamos medo”, admitiu. “Não me vou iludir e dizer que vou esperar até não haver medo em Palau. Podemos nunca ver esse dia chegar”.

“O medo vai sempre existir”, explicou Remengesau. “Mas temos de perguntar: o que fazemos com os cidadãos em dificuldades? Simplesmente fechamos a porta e dizemos: ‘Vocês não podem entrar no país?'”.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, o senador Stevenson Kuartei, médico, disse que, embora esteja sob a autoridade do Presidente fazer uma convocação para repatriações, é preciso haver uma avaliação cuidadosa do risco.

“Os cidadãos podem voltar para casa com segurança e isso foi feito com os 10 pacientes que foram repatriados de Taiwan. Mas isso estava sob uma situação muito controlada. Uma estratégia meticulosamente planeada e executada deve acontecer e requer quarentena em Guam e Palau com testes oportunos”, disse.

Tomada a decisão, o regresso vai acontecer a partir da próxima quinta-feira. O regresso será efetuado em três grupos separados de 50 pessoas e processar-se-á em três fases.

Primeiro haverá duas semanas de quarentena num hotel em Guam, um território dos Estados Unidos no Pacífico. De seguida, os cidadãos estarão outras duas semanas noutro hotel, em Palau, sob guarda policial. Por fim, os regressados terão de se autoisolar durante mais duas semanas. Ao longo de todo esse período, irão ser testados.

ZAP //

 

 

 

 

 

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