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Portugal só esteve no “verde” da matriz de risco durante um quarto da pandemia

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António Cotrim / Lusa

Primeiro-ministro António Costa anuncia plano de desconfinamento e matriz de risco

Desde o dia em que o Instituto Nacional Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) tem registo do índice de transmissibilidade no país – 21 de fevereiro de 2020 -, Portugal esteve mais de metade “no amarelo” e um quarto na zona de conforto.

De acordo com as contas do Público, Portugal esteve 98 dias – cerca de 25% do total de um ano – na zona verde do gráfico que vai permitir avaliar se é possível avançar com o desconfinamento ou se será necessário estagnar (ou recuar) as medidas.

A matriz de risco é dividida por cores e servirá de base de avaliação da reabertura. O gráfico tem em conta dois indicadores: a incidência cumulativa a 14 dias (com um limite de 120 novos casos por 100 mil habitantes) e o índice de transmissibilidade que terá de manter-se abaixo de 1.

No dia 21 de fevereiro de 2020, Portugal teve um R(t) de 1,75. Neste dia, refere o diário, iniciou um primeiro período no quadrante amarelo que durou 41 dias até a transmissibilidade ter baixado de 1 a 2 de abril.

Seguiu-se um período de 50 dias durante o qual o país estaria dentro da zona de conforto, até 21 de maio, e verificou-se uma oscilação da transmissibilidade entre 0,8 e 1,1 durante todo o verão e até ao final de setembro.

Dos 388 dias desde 21 de fevereiro do ano passado, Portugal passou mais de metade do tempo na zona amarela (219 dias, 56%) e um quarto dos dias na zona de conforto: 98 dias até esta segunda-feira, de acordo com as contas do matutino.

Neste momento (e segundo os dados do INSA divulgados na sexta-feira relativos ao dia 7 de março), Portugal está com um R(t) de 0,83 e uma incidência cumulativa de 93 novos casos por cem mil habitantes.

Em termos nacionais, o país está na zona verde, mas tem 69 concelhos (60 deles no continente) com incidência superior a 120 novos casos. Apesar de serem menos 75 do que na semana passada, é quase um quarto dos municípios (cerca de 22%) que englobam um terço da população (3,4 milhões de pessoas).

Concelhos acima de linha vermelha

Se um determinado concelho ultrapassar ambos os limites (R(t) e incidência cumulativa a 14 dias), tanto o concelho em causa como os concelhos limítrofes podem voltar ao confinamento. A DGS não divulgou os R(t) por concelho, mas o Observador escreve que com a incidência é possível desenhar um mapa possível dos concelhos limítrofes.

Isto significa que os 60 concelhos no continente com mais de 120 casos por 100 mil habitantes podem condicionar os 127 concelhos vizinhos. Entre estes, 14 tiveram uma incidência de zero casos em 14 dias e, no total, houve 74 concelhos que não chegaram aos 60 novos casos por 100 mil habitantes nesse período.

O diário avança que Amadora, Lisboa e Odivelas são os únicos concelhos, entre os 15 com maior densidade populacional (segundo os Censos de 2011), que se mantinham acima dos 120 casos por 100 mil habitantes a 9 de março. O Porto e restantes concelhos populosos da região Norte estão todos abaixo do limite.

Beja, Coimbra, Faro, Lisboa e Setúbal eram as cinco capitais de distrito do continente acima da linha vermelha dos 120 novos casos por 100 mil habitantes, acumulados em 14 dias, no dia 9 de março.

Todos estes concelhos se encontravam no nível de risco moderado, sendo que a capital de distrito com a incidência acumulada mais alta era Coimbra (187 casos por 100 mil habitantes). Na semana anterior, era a única no nível de risco elevado.

Serpa era o concelho com maior incidência no continente – 517 novos casos por 100 mil habitantes, a 14 dias – e o único no nível de risco muito elevado, no dia 9 de março.

O Funchal e Ponta do Sol são os concelhos com o maior aumento na incidência acumulada no espaço de uma semana – entre 2 e 9 de março -, o pode ser explicado (total ou parcialmente) pelo acerto das notificações reportado pela DGS.

De acordo com o Observador, Vidigueira, Serpa e Carrazeda de Ansiães são os três concelhos do continente com o maior aumento no número de novos casos por 100 mil habitantes acumulados durante 14 dias.

Entre os 10 concelhos que apresentam as maiores descidas na incidência acumulada no espaço de uma semana, cinco continuam acima dos 120 novos casos por 100 mil habitantes: Manteigas, Resende, Sobral de Monte Agraço, Bombarral e Castanheira de Pera.

Três dos concelhos no nível muito elevado e o concelho no nível extremo localizam-se no arquipélago da Madeira. O Funchal, por exemplo, registava a 9 de março, 1.128 novos casos por 100 mil habitantes, mas a DGS alerta que os “dados devem ser interpretados atendendo ao atraso entre diagnóstico e notificação verificado no período em análise”.

Já nos Açores, todos os concelhos se encontram no nível de risco moderado e o concelho da Ribeira Grande, onde se localiza Rabo de Peixe, é o único acima dos 120 casos por 100 mil habitantes (177 casos, no acumulado de 14 dias até 9 de março).

ZAP //

1 Comment

  1. Too late… o confinamento já acabou, e o vírus já não vai atacar. Se lhe derem filhoses, ou leitão, preparem-se para uma quarta vaga.

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